Paul Ryan: "o presidente é novo no governo. Provavelmente não foi informado sobre os duradouros protocolos que estabelecem as relações entre o Departamento de Justiça, o FBI e a Casa Branca" (Carlos Barria/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de junho de 2017 às 14h28.
Washington - O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, minimizou a importância das denúncias feitas pelo ex-diretor do FBI James Comey contra o presidente do país, Donald Trump, por considerar que o empresário é "novo" no cargo.
Em uma entrevista coletiva, Ryan, responsável por aceitar um possível processo de impeachment contra Trump, reconheceu que o diretor do FBI deve ser "independente", mas indicou que o presidente é novo na política e não conhece o "protocolo de funcionamento".
Comey afirmou hoje em uma audiência no Comitê de Inteligência do Senado que Trump o pediu para "dispersar a nuvem" gerada pela investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.
"O presidente é novo no governo. Provavelmente não foi informado sobre os duradouros protocolos que estabelecem as relações entre o Departamento de Justiça, o FBI e a Casa Branca", disse Ryan.
"Não estou dizendo que seja uma desculpa aceitável. Só é uma observação minha", completou o líder republicano.
Durante o depoimento, Comey indicou que considera ter sido demitido do cargo de diretor do FBI pelo presidente pela forma como estava comandando a investigação sobre a ingerência eleitoral russa e devido à pressão do escândalo sobre Trump.
Além disso, Comey acusou Trump e o governo de "mentir" ao divulgar os motivos da demissão. Inicialmente, a Casa Branca alegou que o ex-diretor do FBI tinha perdido a confiança de seus subordinados.
A audiência do ex-chefe do FBI gerou enorme expectativa porque pode estabelecer as bases para um possível processo de impeachment contra Trump.