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Líder de tribo do Sudão do Sul acusa presidente de limpeza étnica

Para Dak Koungo Padiet, o governo de Kiir está cometendo "violações cruéis" contra sua comunidade

Sudão do Sul: o líder dos shiluk, a terceira tribo mais numerosa do país, pediu à comunidade internacional que pressionem as autoridades para que detenham os abusos (Getty Images)

Sudão do Sul: o líder dos shiluk, a terceira tribo mais numerosa do país, pediu à comunidade internacional que pressionem as autoridades para que detenham os abusos (Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de março de 2017 às 13h13.

Juba - O líder da tribo sul-sudanesa shiluk, Dak Koungo Padiet, acusou nesta quarta-feira o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, de cometer uma limpeza étnica contra seu grupo, um dos mais destacados deste país, no estado de Alto Nilo (nordeste).

Padiet acrescentou em comunicado que o governo de Kiir está cometendo "violações cruéis" contra sua comunidade em dita região e detalhou que os cidadãos shiluk vivem em "condições catastróficas" e sofrem "exclusão cultural".

O líder dos shiluk, a terceira tribo mais numerosa do país, pediu à comunidade internacional que pressionem as autoridades para que detenham os abusos e solicitou, além disso, a entrega de ajuda humanitária para os civis afetados pelo conflito.

Além disso, destacou que vai denunciar o presidente sul-sudanês perante a Tribunal Penal Internacional de Haia.

Na segunda-feira, a comissão de investigação da ONU sobre os abusos cometidos no Sudão do Sul denunciou em seu relatório que no país africano são cometidas diariamente atrocidades e humilhações que podem constituir crimes de guerra.

A comissão apresentará em 14 de março, perante o Conselho de Direitos Humanos, um relatório no qual também denuncia "que atualmente se desenvolve no país um processo de limpeza étnica".

O Sudão do Sul está imerso na violência desde que em dezembro de 2013, Kiir, da tribo dinka, denunciou uma tentativa de golpe de Estado liderado por seu vice-presidente Riek Machar, dos nuer.

Embora ambos tenham alcançado um acordo de paz em agosto de 2015, a tensão voltou a explodir no país em julho e os combates continuaram desde então.

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