Líder de grupo de busca de desaparecidos é assassinada no norte do México
A Comissão Estadual dos Direitos Humanos de 'Baja California' afirmou que Angélica León foi assassinada na cidade de Tecate
Agência de notícias
Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 07h42.
Uma mulher que liderava um grupo de busca de pessoas desaparecidas no estado de 'Baja California ', norte do México, foi assassinada a tiros na quinta-feira, 8, informou a comissão local de defesa dos Direitos Humanos.
A Comissão Estadual dos Direitos Humanos de 'Baja California' afirmou em um comunicado que Angélica León, líder do grupo "União e Força por Nossos Desaparecidos", foi assassinada na cidade de Tecate e pediu às autoridades que investiguem o crime.
O organismo fez um apelo ao Ministério Público e pediu os "procedimentos necessários que permitam determinar a origem desta agressão e evitar a impunidade".
O comunicado acrescenta que a comissão iniciou uma investigação para revisar a atuação das autoridades no caso e "por tratar-se de um ataque a uma pessoa defensora dos direitos humanos".
Angélica León era líder do grupo e dedicava à busca de seu irmão José Juan Vázquez León, desaparecido em 27 de junho de 2018. De acordo com relatos publicados na imprensa mexicana, a ativista foi morta a tiros em seu estabelecimento comercial na cidade de Tecate.
Até o momento, as autoridades locais não se pronunciaram sobre o crime.
Outros grupos de busca de desaparecidos, como o Mães Buscadoras de Sonora (norte do México) e o Coletivo 10 de Março, que atua no estado fronteiriço de Tamaulipas, exigiram justiça e criticaram o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador nas redes sociais.
Segundo os dados oficiais, o México registrou 114.000 pessoas desaparecidas desde 1952, mas vários casos aconteceram depois de 2006, quando o governo da época iniciou uma controversa operação militar antidrogas.
O estado da 'Baja California' registra 2.660 pessoas desaparecidas, de acordo com os dados oficiais.
Ao revisar os números, o governo do presidente López Obrador anunciou em dezembro do ano passado que havia localizado 16.681 pessoas que eram consideradas desaparecidas.
O processo é alvo de críticas de defensores dos direitos humanos, políticos da oposição e famílias de desaparecidos, que acusam o governo de tentar reduzir os números.
O país tem dezenas de grupos de busca, integrados principalmente por parentes das vítimas, que atuam muitas vezes em condições perigosas e sob ameaças.
O México, com 126 milhões de habitantes, registou mais de 420.000 assassinatos desde 2006, a maioria atribuídos a organizações criminosas.