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Líder da Catalunha convocará eleição regional, dizem aliados

Medida pode ajudar a romper o impasse de um mês entre o governo central de Madri e separatistas catalães

Carles Puigdemont: a iniciativa secessionista catalã mergulhou a Espanha em sua pior crise política desde 1975 (Ivan Alvarado/Reuters)

Carles Puigdemont: a iniciativa secessionista catalã mergulhou a Espanha em sua pior crise política desde 1975 (Ivan Alvarado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 12h34.

Barcelona/Madri - O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, deve convocar uma eleição regional antecipada, disseram aliados políticos, uma medida que pode ajudar a romper um impasse de um mês entre o governo central de Madri e separatistas catalães que desejam uma secessão da Espanha.

Mas a incerteza continua alta, uma vez que Puigdemont anunciou um discurso para as 13h30 (horário local), adiou em uma hora e depois o cancelou, provocando a especulação de que ainda pode mudar de ideia.

Vários membros de sua coalizão pró-independência disseram que o líder catalão dissolverá o Parlamento regional e convocará uma eleição. A emissora oficial da Catalunha noticiou que ele discursará à assembleia às 17h, como planejado inicialmente.

O jornal La Vanguardia, sediado em Barcelona, disse que Puigdemont marcará a eleição para 20 de dezembro e está tomando a decisão na tentativa de persuadir o governo do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a não impor o controle direto sobre a região, o que o premiê pode fazer na sexta-feira.

A iniciativa secessionista catalã mergulhou a Espanha em sua pior crise política desde que a ditadura militar de Francisco Franco terminou em 1975, fragmentando a sociedade e levando centenas de empresas a deixarem a região.

Também é o desafio mais sério à integridade de um país da Europa ocidental desde um referendo de independência realizado na Escócia em 2014, quando os eleitores escolheram continuar sendo parte do Reino Unido.

Líderes europeus temem que a campanha separatista insufle ambições semelhantes em outros pontos do continente.

Mas, na quarta-feira, surgiram fraturas na coalizão independentista, já que alguns membros declararam apoio a uma eleição antecipada e outros disseram que não existe alternativa à separação.

Minutos depois dos desdobramentos desta quinta-feira vários parlamentares pró-secessão e prefeitos anunciaram suas renúncias.

"Não compartilho a decisão de se convocar uma eleição. Estou renunciando como parlamentar e membro do PdeCat (Partido Democrático Catalão de Puigdemont)", disse Jordi Cuminal no Twitter.

Várias centenas de pessoas também foram às ruas e se reuniram na Praça Sant Jaume, que fica diante da sede do governo catalão, no centro de Barcelona. "Puigdemont traidor", dizia um grande cartaz.

A Candidatura de Unidade Popular (CUP), partido catalão de extrema-esquerda e apoiador crucial do governo de minoria de Puigdemont, comunicou que se oporá à eleição antecipada.

"Até agora os apoiadores pró-independência tinham um problema: o Estado espanhol. Se eleições forem convocadas, terão dois", disse o partido no Twitter.

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