Mundo

Líbia: Sarkozy anuncia pedido 'unânime' para desbloqueio de bens

Líderes também decidiram que manterão as operações da Otan até Kadafi deixar de ser uma ameaça

Missão da Otan na Líbia: operações continuam (Arnaud Roine/AFP)

Missão da Otan na Líbia: operações continuam (Arnaud Roine/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 18h25.

Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta quinta-feira ao final da Conferência de Amigos da Líbia reunida em Paris um "pedido unânime" para desbloquear os bens líbios e disse que as operações da Otan "continuarão enquanto Kadafi continuar sendo uma ameaça".

"Decidimos um pedido unânime para desbloquear os bens líbios, pois o dinheiro desviado por (Muamar) Kadafi e seus funcionários deve voltar aos líbios", sustentou o presidente francês em coletiva de imprensa que encerrou a grande reunião internacional sobre a reconstrução da Líbia.

O chefe do Estado francês, anfitrião do encontro junto ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que 15 bilhões de dólares de bens do regime de Muamar Kadafi serão "desbloqueados imediatamente", após o evento que reuniu 60 países e organizações internacionais.

"Nos comprometemos a desbloquear o dinheiro da Líbia de ontem", disse Sarkozy à imprensa no final do encontro do qual também participaram o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios), Mustafá Abdul Jalil e seu número dois, Mahmud Jibril.

Os ativos do regime de Muamar Kadafi em bancos estrangeiros são estimados em 50 bilhões de dólares. Foram congelados em fevereiro e março por resoluções da ONU.

Até agora, 1,5 bilhão de dólares foram desbloqueados.

O CNT pede uma ajuda de urgência de 5 bilhões de dólares.

Sarkozy anunciou igualmente que os bombardeios lançados em 19 de março passado na Líbia contra o exército de Kadafi para proteger a população civil e que estão sob o comando da Otan, "continuarão enquanto Kadafi continuar sendo uma ameaça".

"Kadafi deve ser preso e os líbios decidirão livremente se deve ser julgado e onde", afirmou Sarkozy depois de chamar o CNT a realizar um "processo de reconciliação e perdão" para que "não se repitam os erros" que outros lugares com cenários semelhantes cometeram.

Nessa direção, pronunciou-se o presidente do CNT, Mustafá Abdul Jalil, que pediu aos líbios trabalhar pela "estabilidade, paz e reconcialiação".

"Tenho uma mensagem para vocês: apostamos em vocês. Agora, tudo está nas suas mãos. Depende de vocês o cumprimento do que prometemos: estabilidade, paz e reconciliação", afirmou Abdul Jalil em coletiva de imprensa que encerrou este primeiro grande evento sobre a reconstrução da Líbia.

Durante sua intervenção, o presidente francês declarou que o chamado Grupo de Contato, encarregado de coordenação política das operações na Líbia, formado por 28 países e sete organizações internacionais, núcleo da Conferência reunida em Paris, decidiu transformar-se em "Grupo de Amigos da Líbia".

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaLíbiaMuammar KadafiOtanPolíticos

Mais de Mundo

22 de julho foi o dia mais quente registrado no mundo, quebrando o recorde do dia anterior

TSE desmente Maduro e afirma que urna eletrônica brasileira é 'totalmente auditável'

Assessor de Trump denuncia Harris por receber indevidamente fundos da campanha de Biden

Olímpíadas 2024: Paris terá sete policiais para cada atleta

Mais na Exame