Exame Logo

Líbia: após 100 dias de bombardeios, conflito se estanca

Com Muamar Kadhafi ainda à frente do poder, Otan bombardeia diariamente dezenas de alvos e chega à operação número 5 mil

Congresso Geral do Povo, em Trípoli, destruído após bombardeio da Otan (Mahmud Turkia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 21h56.

Benghazi - Cem dias depois do início dos bombardeios na Líbia por países da Otan, para ajudar os rebeldes - que controlam o leste do país e tentam chegar a Trípoli pelo oeste -, o conflito parece estagnado, com Muamar Kadhafi ainda à frente do poder.

Desde o dia 19 de março, data do início da ofensiva dos Estados Unidos, França e Reino Unido, sob mandato da ONU, e das primeiras missões de aviões de combate franceses no leste, a Aliança Atlântica ainda ataca o conjunto do território líbio.

A Otan, que no dia 31 de março tomou o controle das operações e bombardeia diariamente dezenas de alvos, está prestes a chegar à ação número 5 mil.

A maioria dos alvos são em Trípoli ou nos arredores da capital, que permanece sob o controle do coronel Kadhafi, assim como as regiões de Misrata (200 quilômetros ao leste de Tripoli) e Brega (800 quilômetros a leste da capital), e as montanhas de Nafusa, ao sul.

Nesta guerra travada em várias frentes, cada um dos dois lados pode reivindicar apenas um pequeno número de vitórias incontestáveis.

A aliança ocidental conseguiu, no princípio, expulsar as tropas de Kadhafi a até uma boa distância de Benghazi - o foco da oposição no leste do país - e de Misrata. No entanto, depois os rebeldes não conseguiram mais avançar de forma definitiva, ao mesmo tempo em que as forças de segurança também não conseguem se impor.

A situação atual é de estagnação, com os insurgentes mantendo suas posições ao redor de Misrata e de Ajdabiya, perto de Brega.


"Tem estado tudo tranquilo por aqui", relatava na noite de domingo, na véspera do centésimo dia da intervenção ocidental, um rebelde em Ajbadiya, Musa Maghrebi. "As tropas ocupam as mesmas posições", explicou.

Apenas nas montanhas de Nafusa as forças rebeldes, compostas por elementos irregulares e desertores das unidades governamentais, conseguem preparar caminho avançando em direção a Trípoli.

Segundo o correspondente da AFP no local, os rebeldes chegaram na segunda-feira a cerca de 50 km da capital, depois de tomarem uma pequena colina a 15 km do ponto estratégico de Bir Al Ghanam.

Apesar dos poucos sucessos da Otan no trabalho de neutralizar as tropas de Kadhafi, a maioria dos líbios do leste ainda apoia fortemente as ações da Aliança.

Musa Mbarak Al Okaili, de 46 anos - cujo irmão morreu há 100 dias defendendo Benghazi, quando seu avião, um MIG-23, foi abatido pelas forças do ditador líbio -, reconhece que a Otan contribuiu para evitar uma matança.

"Se a Otan não entrasse em ação, ou se não fossem pessoas como o meu irmão, o exército de Kadhafi já teria invadido Benghazi", afirma sentado perto da casa de sua família.

Poucos são os habitantes que duvidam da magnitude que a matança tomaria se não fosse a intervenção da Otan.

Este é um argumento que a Aliança Atlântica utiliza para responder às crescentes críticas de alguns membros devido a duração do conflito. E, principalmente, quando países como a Itália propõem a ideia de um cessar-fogo.

"Há três meses, Bengasi era ameaçada e Misrata tinha sido sitiada e olhem agora, em comparação, como está a situação", afirma Oana Lungescu, uma porta-voz da Otan.

Veja também

Benghazi - Cem dias depois do início dos bombardeios na Líbia por países da Otan, para ajudar os rebeldes - que controlam o leste do país e tentam chegar a Trípoli pelo oeste -, o conflito parece estagnado, com Muamar Kadhafi ainda à frente do poder.

Desde o dia 19 de março, data do início da ofensiva dos Estados Unidos, França e Reino Unido, sob mandato da ONU, e das primeiras missões de aviões de combate franceses no leste, a Aliança Atlântica ainda ataca o conjunto do território líbio.

A Otan, que no dia 31 de março tomou o controle das operações e bombardeia diariamente dezenas de alvos, está prestes a chegar à ação número 5 mil.

A maioria dos alvos são em Trípoli ou nos arredores da capital, que permanece sob o controle do coronel Kadhafi, assim como as regiões de Misrata (200 quilômetros ao leste de Tripoli) e Brega (800 quilômetros a leste da capital), e as montanhas de Nafusa, ao sul.

Nesta guerra travada em várias frentes, cada um dos dois lados pode reivindicar apenas um pequeno número de vitórias incontestáveis.

A aliança ocidental conseguiu, no princípio, expulsar as tropas de Kadhafi a até uma boa distância de Benghazi - o foco da oposição no leste do país - e de Misrata. No entanto, depois os rebeldes não conseguiram mais avançar de forma definitiva, ao mesmo tempo em que as forças de segurança também não conseguem se impor.

A situação atual é de estagnação, com os insurgentes mantendo suas posições ao redor de Misrata e de Ajdabiya, perto de Brega.


"Tem estado tudo tranquilo por aqui", relatava na noite de domingo, na véspera do centésimo dia da intervenção ocidental, um rebelde em Ajbadiya, Musa Maghrebi. "As tropas ocupam as mesmas posições", explicou.

Apenas nas montanhas de Nafusa as forças rebeldes, compostas por elementos irregulares e desertores das unidades governamentais, conseguem preparar caminho avançando em direção a Trípoli.

Segundo o correspondente da AFP no local, os rebeldes chegaram na segunda-feira a cerca de 50 km da capital, depois de tomarem uma pequena colina a 15 km do ponto estratégico de Bir Al Ghanam.

Apesar dos poucos sucessos da Otan no trabalho de neutralizar as tropas de Kadhafi, a maioria dos líbios do leste ainda apoia fortemente as ações da Aliança.

Musa Mbarak Al Okaili, de 46 anos - cujo irmão morreu há 100 dias defendendo Benghazi, quando seu avião, um MIG-23, foi abatido pelas forças do ditador líbio -, reconhece que a Otan contribuiu para evitar uma matança.

"Se a Otan não entrasse em ação, ou se não fossem pessoas como o meu irmão, o exército de Kadhafi já teria invadido Benghazi", afirma sentado perto da casa de sua família.

Poucos são os habitantes que duvidam da magnitude que a matança tomaria se não fosse a intervenção da Otan.

Este é um argumento que a Aliança Atlântica utiliza para responder às crescentes críticas de alguns membros devido a duração do conflito. E, principalmente, quando países como a Itália propõem a ideia de um cessar-fogo.

"Há três meses, Bengasi era ameaçada e Misrata tinha sido sitiada e olhem agora, em comparação, como está a situação", afirma Oana Lungescu, uma porta-voz da Otan.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaMuammar KadafiPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame