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Líbano confirma 558 mortos em novo dia de confronto entre Israel e Hezbollah

Forças Armadas israelenses disseram ter bombardeado novos alvos no sul do país e no Vale do Bekaa, enquanto o Hezbollah afirma ter atingido fábrica de explosivos inimiga

Ataque aéreo israelense em al-Mahmoudiye, no sul do Líbano (RABIH DAHER/AFP)

Ataque aéreo israelense em al-Mahmoudiye, no sul do Líbano (RABIH DAHER/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 09h34.

Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 11h16.

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As Forças Armadas de Israel e o movimento xiita Hezbollah voltaram a trocar bombardeios na manhã desta terça-feira, um dia após o Líbano ter o dia mais sangrento desde o fim da Guerra Civil Libanesa em 1990.

Nesta terça-feira, 24, um bombardeio israelense nos subúrbios no sul de Beirute deixou seis mortos e 15 feridos, indicou nesta terça-feira o Ministério de Saúde libanês.

A pasta também divulgou um novo balanço, confirmando 558 mortos desde o início dos ataques, incluindo 50 menores de idade e 94 mulheres.

A nova onda de ataques provocou o cancelamento de grande parte dos voos no Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, enquanto sirenes de alerta voltaram a soar no norte de Israel. A França anunciou que vai convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar sobre a escalada de tensões.

"Nas últimas horas, o Exército bombardeou alvos terroristas do Hezbollah no sul do Líbano, em particular lançadores de foguetes, infraestruturas terroristas e edifícios que armazenavam armas", declararam os militares israelenses em um comunicado, acrescentando que as operações também inutilizaram infraestrutura do Hezbollah no Vale do Bekaa, no leste, principais alvos na ofensiva do dia anterior.

A nova rodada de bombardeios israelenses tem uma série de implicações para a vida prática no Líbano — país que não declarou guerra a Israel. Companhias aéreas cancelaram voos partindo e chegando ao Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, por questões de segurança em meio à intensa atividade no espaço aéreo. Milhares de pessoas também deixaram suas casas, partindo em busca de abrigo em escolas e outros centros emergenciais criados pelo governo, atendendo ao ultimato israelense que deixassem comunidades com a presença do Hezbollah.

Em Israel, sirenes voltaram a soar no norte do país, com novos projéteis sendo disparados pelo Hezbollah em direção ao país. As Forças Armadas do Estado judeu disseram ter identificado 50 artefatos em direção ao país — o grupo libanês tem disparado foguetes, mísseis e drones contra o inimigo desde o começo da guerra em Gaza, entre Israel e Hamas —, a maioria interceptada antes de causar impacto.

O Hezbollah alega ter atingido uma fábrica de explosivos em Israel. O jornal israelense Haaretz noticiou que uma jovem de 19 anos ficou ferida por estilhaços em um território do norte.

Embora o movimento libanês tenha prometido uma "punição justa" contra Israel após a explosão de milhares de pagers e walkie-talkies na semana passada — uma ação atribuída ao serviço secreto de Israel, cujo presidente rejeitou a participação do país —, há dúvidas sobre a capacidade do grupo de confrontar as forças israelenses em um combate aberto. Especialistas apontam que, apesar do alto custo que cobraria aos dois lados, o Hezbollah provavelmente sairia derrotado.

O presidente do Irã, Masud Pezeshkian, afirmou nesta terça-feira que o Hezbollah não poderia defender o Líbano sozinho contra os ataques de Israel — as Forças Armadas libanesas, subordinadas ao governo, não se envolveram no confronto — não era concebível que o país se convertesse em "outra Gaza".

— O Hezbollah não pode ficar sozinho contra um país que está sendo defendido, apoiado e recebe ajuda de países ocidentais, de países europeus e dos EUA. Não podemos permitir que o Líbano se converta em outra Gaza — afirmou Pezeshkian.

A escalada de tensões no Líbano motivou preocupações entre organizações internacionais e governos estrangeiros, que temem pelo surgimento de um conflito regional e aberto. Uma série de autoridades cobrou nesta terça-feira uma desescalada e tentou pressionar pela via diplomática.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou que Paris está solicitando uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Líbano, onde a França tem tropas alocadas como parte da força de manutenção da paz das Nações Unidas. Ele disse que a luta deve terminar imediatamente e citou as mortes de centenas de pessoas na segunda-feira em ataques aéreos israelenses.

China e Rússia também criticaram as ações israelenses, com o chanceler Wang Yi declarando o apoio de Pequim ao seu apoio ao Líbano, durante uma agenda em Nova York. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na terça-feira que a Rússia está muito preocupada com os ataques de Israel.

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas expressou alarme com o alto número de vítimas civis no bombardeio de Israel ao Líbano.

— Os métodos e meios de guerra que estão sendo usados ​​levantam preocupações muito sérias sobre se isso está em conformidade com o direito humanitário internacional — disse Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, a repórteres em Genebra.

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