Mundo

Lei do Brexit põe em perigo direitos de jovens britânicos, alerta AI

Segundo a Anistia Internacional, a lei "fracassa" a chamada Carta dos Direitos Fundamentais, o que "debilita proteções atualmente disponíveis aos cidadãos"

Brexit: A organização lamentou também que a proposta de lei "entregaria poderes aos ministros para que estes possam alterar a legislação" (Carl Court/Getty Images)

Brexit: A organização lamentou também que a proposta de lei "entregaria poderes aos ministros para que estes possam alterar a legislação" (Carl Court/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 16 de abril de 2018 às 07h55.

Londres - A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta segunda-feira (data local) que o projeto de legislação para o "Brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), "põe em perigo" os direitos fundamentais dos jovens britânicos.

Em comunicado divulgado de sua sede em Londres, a organização considerou que essa proposta de lei contempla várias medidas para modificar os direitos e proteções dos cidadãos britânicos após o dia 29 de março de 2019.

Segundo a AI, esse projeto de lei "fracassa", entre outros assuntos, na hora de reter na legislação britânica a chamada Carta dos Direitos Fundamentais da UE, o que "debilita as proteções atualmente disponíveis aos cidadãos deste país".

A organização lamentou também que, segundo essa proposta de lei, "se entregariam poderes aos ministros para que estes possam alterar a legislação, sem que haja previamente uma consulta parlamentar".

A AI se refere na sua nota aos resultados computados por uma nova pesquisa de opinião, que evidencia que a juventude britânica se sente inquieta pelas consequências da saída da UE nas suas proteções e direitos existentes.

A pesquisa foi realizada online nos últimos dias 28 e 29 de março pela empresa YouGov com 1.640 adultos, de idades entre 18 e 24 anos, e analisou as atitudes da população jovem do Reino Unido em relação aos direitos humanos e ao "divórcio" entre Londres e Bruxelas.

A pesquisa indicou que 79% dos jovens deste país está preocupado diante da perspectiva que a saída do bloco possa lhes deixar com menos direitos e proteções.

A sondagem também detectou uma preocupação generalizada frente aos planos do governo conservador de conceder aos ministros poderes para emendar e limitar leis e direitos após o "Brexit", sem necessidade de consultar o parlamento por meio de votação.

Pouco menos de um terço dos participantes - 29% - disse não saber como o "Brexit" afetará seus direitos, enquanto a mesma porcentagem acredita que conservará as mesmas proteções depois que o país deixar o bloco europeu.

No entanto, 38% considera que a saída da UE deixará a população britânica com menos direitos e proteções, enquanto apenas 3% dos consultados disse que o "Brexit" lhes garantirá mais direitos do que têm agora.

A pesquisa mostrou, além disso, que 57% dos cidadãos que votaram a favor da saída da UE no referendo estão atualmente "preocupados" por estas questões.

"Deixar a UE não tem que implicar em deixar direitos para trás. O projeto de lei para a retirada do Reino Unido da UE não deve ser usado como um cavalo de Troia para reduzir nossos direitos", concluiu a diretora da AI para o Reino Unido, Kate Allen.

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países