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Legisladores americanos cedem ao lobby da pizza

A medida, que poderá ser aprovada pelo Congresso esta semana, refuta uma proposta do governo de Barack Obama para tornar mais saudável a comida oferecida nas escolas

Câmara dos representantes dos EUA: apenas 3 democratas votaram contra a reforma da saúde (Divulgação/Casa Branca)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2011 às 22h45.

Washington - Pressionados pela indústria de alimentos congelados, legisladores americanos decidiram manter o molho de tomate para pizza como legume no cardápio das escolas, ignorando a epidemia de obesidade que afeta seus compatriotas.

Em um projeto de despesas anuais do Departamento da Agricultura (USDA), que supervisiona os alimentos subvencionados das escolas, um painel da Câmara de Representantes e o Senado votou pela não restrição da inclusão da pizza, das batatas e dos legumes ricos em amido no cardápio dos estudantes.

A medida, que poderá ser aprovada pelo Congresso esta semana, refuta uma proposta do governo de Barack Obama para tornar mais saudável a comida oferecida nas escolas.

O USDA queria aumentar a quantidade de molho de tomate usado na pizza para que pudesse continuar sendo considerado legume.

Mas a indústria alimentícia respondeu que fazê-lo geraria mais custos, porque seria preciso rever o tamanho das pizzas.

O Instituto Americano de Comida Congelada (AFFI, na sigla em inglês), um grupo de lobistas, elogiou a medida que "reconhece as significativas quantidades de potássio, fibras e vitaminas A e C proporcionadas pelo molho de tomate e assegura que os estudantes continuem desfrutando de comidas saudáveis como a pizza e a massa".

"Não se trata de nutrição, mas de proteger os fabricantes de pizza", condenou Margo Wootan, diretora de política alimentar do Centro de Ciências para o Interesse Público. "A pizza de pepperoni não é um legume", acrescentou.


Segundo as normas atuais, uma porção completa de legumes corresponde a oito colheres ou meia xícara, com exceção do molho de tomate, do qual bastam duas colheres, que é mais ou menos o que contém uma porção de pizza, explicou Wootan, por telefone, à AFP.

O USDA havia proposto, no começo do ano, que fossem servidas oito colheres de molho de tomate para compor uma porção de legumes e que as cantinas escolares só servissem batatas fritas e outros legumes ricos em amido duas vezes por semana.

"O Congresso basicamente interveio para que a indústria pudesse continuar vendendo duas das refeições menos saudáveis do programa de cardápios escolares: pizza e batatas fritas", lamentou Wootan.

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Washington - Pressionados pela indústria de alimentos congelados, legisladores americanos decidiram manter o molho de tomate para pizza como legume no cardápio das escolas, ignorando a epidemia de obesidade que afeta seus compatriotas.

Em um projeto de despesas anuais do Departamento da Agricultura (USDA), que supervisiona os alimentos subvencionados das escolas, um painel da Câmara de Representantes e o Senado votou pela não restrição da inclusão da pizza, das batatas e dos legumes ricos em amido no cardápio dos estudantes.

A medida, que poderá ser aprovada pelo Congresso esta semana, refuta uma proposta do governo de Barack Obama para tornar mais saudável a comida oferecida nas escolas.

O USDA queria aumentar a quantidade de molho de tomate usado na pizza para que pudesse continuar sendo considerado legume.

Mas a indústria alimentícia respondeu que fazê-lo geraria mais custos, porque seria preciso rever o tamanho das pizzas.

O Instituto Americano de Comida Congelada (AFFI, na sigla em inglês), um grupo de lobistas, elogiou a medida que "reconhece as significativas quantidades de potássio, fibras e vitaminas A e C proporcionadas pelo molho de tomate e assegura que os estudantes continuem desfrutando de comidas saudáveis como a pizza e a massa".

"Não se trata de nutrição, mas de proteger os fabricantes de pizza", condenou Margo Wootan, diretora de política alimentar do Centro de Ciências para o Interesse Público. "A pizza de pepperoni não é um legume", acrescentou.


Segundo as normas atuais, uma porção completa de legumes corresponde a oito colheres ou meia xícara, com exceção do molho de tomate, do qual bastam duas colheres, que é mais ou menos o que contém uma porção de pizza, explicou Wootan, por telefone, à AFP.

O USDA havia proposto, no começo do ano, que fossem servidas oito colheres de molho de tomate para compor uma porção de legumes e que as cantinas escolares só servissem batatas fritas e outros legumes ricos em amido duas vezes por semana.

"O Congresso basicamente interveio para que a indústria pudesse continuar vendendo duas das refeições menos saudáveis do programa de cardápios escolares: pizza e batatas fritas", lamentou Wootan.

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