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La Plata terá uma recontagem sob medida para Cristina

Não só por concentrar 40% do eleitorado, mas por ser onde Kirchner está disputando um cargo, 19 meses após deixar o poder

Cristina Kirchner: ex-presidente argentina pediu recontagem dos votos das primárias ao Senado (Marcos Brindicci/Reuters)
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EXAME Hoje

Publicado em 16 de agosto de 2017 às 06h42.

Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 07h22.

As eleições legislativas argentinas são só no dia 22 de outubro, mas a disputa que pode marcar o retorno da ex-presidente Cristina Kirchner à política está cada vez mais quente. Nesta quarta-feira, às 8h, no Teatro Argentino da cidade de La Plata, começa a recontagem dos votos da província de Buenos Aires, onde Cristina é candidata ao Senado, e onde o resultado das primárias aponta para empate com o candidato do governo, Esteban Bullrich – cada um somando 34% dos votos.

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As eleições primárias foram realizadas no último domingo e, apesar de a coalizão governista “Cambiemos” ter vencido em províncias importantes como Santa Fe, Córdoba e até no reduto kirchnerista Santa Cruz, os olhos estão voltados para a província de Buenos Aires, a mais importante politicamente. Não só por concentrar 40% do eleitorado, mas por ser onde Kirchner está disputando um cargo, 19 meses após deixar o poder.

As investidas dela contra o presidente Mauricio Macri, mirando as eleições presidenciais de 2019, já começaram. Além de ter pedido recontagem dos votos, alegando manipulação de urnas pelo governo, seu partido, a Frente Unidade Cidadã, quer derrubar um dos mais importantes projetos de Macri no Congresso.

Para esta quarta, está convocada uma sessão para discutir a revogação do decreto 797, instiuído há um ano com a intenção de destinar 80 bilhões de pesos (cerca de 15 bilhões de reais) para obras de infraestrutura. Desses, 45 bilhões de pesos seriam para o soterramento da linha férrea de Sarmiento, mas os deputados kirchneristas defendem que essa verba é suja, uma vez que a obra seria realizada por consórcio formado por Odebrecht, que financiou a campanha de Macri e admitiu ter pago propinas no país, e pela empresa IECSA, que era de Angelo Calcaterra, primo do presidente.

Outros escândalos ainda devem ser revirados até as eleições, e podem interferir nos resultados. Também nesta quarta, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados brasileira, uma audiência púbica vai discutir irregularidades na venda da Petrobras Argentina, em maio de 2016, para a Pampa Energia, do empresário Marcelo Mindlin, que tem relações próximas tanto com Kirchner quanto com Macri. Para Cristina, quanto mais insegurança no ar, melhor.

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