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Krugman: ganância e covardia impedem mudança na lei climática

Em sua coluna no jornal The New York Times, economista afirma que "as indústrias do carvão e do petróleo montaram enorme campanha de desinformação para defender seus interesses"

Krugman diz que indústrias do petróleo barram mudanças na lei climática (.)

Krugman diz que indústrias do petróleo barram mudanças na lei climática (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia em 2008, afirmou nesta segunda-feira (26), em sua coluna no jornal The New York Times, que a ganância e a covardia impedem a aprovação de mudanças na legislação climática no Senado americano.

"Se você quiser entender a oposição à ação do clima, siga o dinheiro. A economia como um todo não sofreria muito se você colocasse um preço no carbono, mas algumas indústrias - sobretudo, do carvão e do petróleo - iriam sentir os efeitos. E essas indústrias montaram uma enorme campanha de desinformação para defender seus interesses", diz o renomado economista.

Krugman afirma que os cientistas e as organizações que questionam o consenso sobre as alterações climáticas - mesmo diante de números que constatam a gravidade do aquecimento global - são financiados pelas grandes empresas de energia, como Exxon Móbil e Koch Industries.

"Sozinha, entretanto, a ganância não teria triunfado. É necessário o auxílio de covardia - acima de tudo, a covardia dos políticos que sabem quão grande é a ameaça do aquecimento global, e, embora tenham apoiado as mudanças no passado, abandonaram seus postos no momento crucial", escreve o prêmio Nobel.

Krugman cita o exemplo do senador John McCain, que disputou a últimas eleição presidencial com Barack Obama. "Houve um momento em que McCain foi considerado um amigo do ambiente. Em 2003, ele lustrou sua imagem ao apoiar a lei que criava um controle sobre as emissões de gases de efeito estufa e reafirmou o apoio a esse tema durante sua campanha presidencial."

Atualmente, segundo o economista, McCain mudou de lado. "É duro ver a sua opção como o ato de um homem disposto a sacrificar seus princípios e o futuro da humanidade em troca de alguns poucos anos a mais de carreira política. Infelizmente, McCain não está sozinho. A ganância, auxiliada pela covardia, triunfou. E o mundo inteiro irá pagar o preço", conclui o colunista.

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