Vladimir Putin, presidente russo: governo da Rússia reconhecerá tanto as eleições ucranianas quanto as separatistas (Marko Djurica/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 16h50.
Moscou - O governo russo anunciou nesta quinta-feira que reconhecerá o resultado das eleições legislativas ucranianas do próximo domingo, mas também defendeu o pleito convocado pelos separatistas pró-Rússia para 2 de novembro.
"Não se preocupem, os reconheceremos", disse Sergei Ivanov, chefe da Administração do Kremlin, em resposta à pergunta sobre se a Rússia admitirá o pleito parlamentar no país vizinho, conforme as agências locais.
Ivanov, forte aliado do chefe do Kremlin, Vladimir Putin, garantiu que a Rússia "deseja que a Ucrânia retorne a um marco civilizado e que, para começar, haja um Estado que seja capaz de se sustentar por si só". Ao mesmo tempo, defendeu a conveniência de que as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk realizem seus próprios pleitos.
"Deve existir (eleições), já que esses novos entes, esses novos territórios, chamem como quiserem, devem contar com alguma classe de dirigente eleito pelo povo que vive nesse local", declarou.
Anteriormente, a chancelaria russa expressou sua confiança de que o pleito legislativo ucraniano, que será boicotado pelos separatistas pró-Rússia, seja democrático e contribua à estabilidade política no país.
Um comunicado oficial denunciou que os ultranacionalistas ucranianos agiram com liberdade durante a campanha eleitoral, enquanto os opositores, em alusão aos comunistas e os representantes do leste falantes de russo, foram objeto de todo tipo de ameaças. O texto antecipou que a Rússia enviará um grupo de observadores à Ucrânia no marco da delegação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
No começo da campanha, Putin denunciou a perseguição da oposição, mas também manifestou sua esperança em que o pleito ucraniano traga "uma duradoura estabilidade política".
"Esperamos que todas as pessoas que vivem em todos os cantos da Ucrânia possam exercer seus direitos (...) e ninguém seja discriminado por motivos linguísticos, étnicos ou religiosos. Apenas dessa forma será possível conservar a integridade territorial do país", ressaltou.
A Ucrânia realizará no próximo domingo, as primeiras eleições legislativas desde a derrocada em fevereiro de Viktor Yanukovich da presidência, um pleito que os separatistas anunciaram que boicotarão nas zonas em seu controle nas regiões de Donetsk e Lugansk.