Kirchner considera difícil adotar moeda única regional
"Se nós não temos as mesmas estruturas e políticas, como ter um único banco central?", disse ex-presidente argentino
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Nova York - O ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que atualmente é secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), levantou dúvidas hoje sobre a criação de uma moeda comum na região. "É muito difícil lidar com uma crise internacional, como na comunidade europeia, se os países não têm a mesma economia, os mesmos sistemas", disse ele ao ser questionado sobre o potencial da América Latina adotar um regime de moeda única.
"Se nós não temos as mesmas estruturas e políticas, como ter um único banco central? A moeda única é algo difícil de implementar", comentou Kirchner, usando a Grécia como exemplo de como tal sistema seria impraticável.
No ano passado, os líderes da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) afirmaram apoiar a criação de uma moeda comum para que os membros do bloco não precisem mais do dólar. Em julho, Equador e a Venezuela realizaram sua primeira transação comercial usando o sucre, uma moeda virtual.
Além disso, o presidente do Equador, Rafael Correa, disse que coordenar as políticas monetárias ajudaria a evitar oscilações no câmbio e permitiria que as moedas flutuassem dentro de margens limitadas. Ele também afirmou que a medida ajudaria a evitar desvalorizações competitivas de moedas.
Kirchner, que é marido da atual presidente da Argentina, Cristina Fernández Kirchner, foi eleito em maio dirigente da Unasul, que reúne 12 países da América do Sul (além da Argentina, fazem parte a Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).
Para alguns, o bloco é visto como uma plataforma para que Kirchner se candidate novamente à presidência argentina em 2011. Mas ele afirmou hoje que ainda não está decidido se ele ou Cristina vão concorrer nas eleições do ano que vem. As informações são da Dow Jones.
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