Voluntários que se juntaram ao exército do Iraque na luta contra militantes sunitas (Thaier al-Sudani/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 14h35.
Cairo - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pediu neste domingo que os iraquianos se unam para enfrentar o terrorismo após os últimos avanços do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL).
Em entrevista coletiva no Cairo após se reunir com o presidente do Egito, Abdul Fatah Al Sisi, Kerry pediu por um 'governo iraquiano unido que represente todas as etnias do povo iraquiano para combater o EIIL'.
'O Iraque terá todo nosso apoio e do de todo o mundo para enfrentar o terrorismo', disse o chefe da diplomacia americana.
Kerry afirmou que os EUA não vão se envolver na política do Iraque, que é da alçada dos próprios iraquianos, e acrescentou que curdos, sunitas e alguns xiitas mostraram insatisfação com a situação no país árabe.
'Os Estados Unidos não são responsáveis pelo que está acontecendo no Iraque e na Líbia', disse Kerry, que ressaltou que o ditador líbio Muammar Kadafi, morto em 2011, 'foi o culpado' e que foi contra ele que o povo se levantou.
Já sobre o Iraque, Kerry justificou a invasão americana em 2003 pela necessidade de 'estabelecer um país mais democrático' e considerou que a ameaça atual do EIIL 'não é só um problema do Iraque, mas de toda a região, já que nenhum estado está a salvo'.
O chanceler americano também assinalou que os Estados Unidos estão trabalhando com muitos países, como o Egito e Israel, para fazer os jihadistas recuarem. E pediu aos países e aos indivíduos que não financiem o terrorismo e que tomem o cuidado de saber com certeza o destino final das doações quando financiam projetos humanitários.
O ministro de Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri, disse na mesma conferência que o Egito e os EUA 'compartilham a preocupação com a situação do Iraque' e defendeu o 'respeito a integridade do Iraque, sua união nacional e a inclusão de todas as partes'.
Nas últimas duas semanas, o EIIL e outros grupos insurgentes sunitas críticos ao governo do xiita Nouri al-Maliki tomaram várias regiões do Iraque e se enfrentaram com as tropas governamentais.
Bagdá pediu aos Estados Unidos que façam bombardeios aéreos contra os insurgentes, mas até o momento Washington se limitou a enviar 300 assessores militares, insistindo que isto não significa a retomada das operações de combate no Iraque e que a solução ao problema não passa por uma via exclusivamente militar.