Mundo

Karzai ameaça não assinar pacto com os EUA após ataque

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que o acordo militar com os Estados Unidos não será assinado se permanecer a crueldade contra os afegãos


	O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai: "ataque mostra que as forças americanas não têm respeito pelas vidas dos afegãos", disse
 (Omar Sobhani/Files/Reuters)

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai: "ataque mostra que as forças americanas não têm respeito pelas vidas dos afegãos", disse (Omar Sobhani/Files/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 08h29.

Cabul - O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que o acordo militar com os Estados Unidos não será assinado se permanecer a "crueldade" contra os afegãos, após o ataque de um drone que matou uma criança, informou nesta sexta-feira a imprensa local.

Um comandante taleban e uma criança de oito anos morreram e duas mulheres ficaram feridas ontem pelo bombardeio de um avião-espião americano na província de Helmand, no sul do país, disse o porta-voz do governo local, Umar Zwak, à agência "Pajhwok".

"O acordo de segurança com os Estados Unidos não será assinado se continuar sendo realizado este tipo de crueldade e operações arbitrárias das forças estrangeiras contra nosso povo", disse Karzai em comunicado publicado pelo jornal digital "Khaama".

"Este ataque mostra que as forças americanas não têm respeito pelas vidas dos afegãos, pela segurança de seus lares nem pelas decisões da Loya Jirga (assembleia tradicional afegã)", ressaltou o líder em comunicado.

As forças da Otan no Afeganistão (Isaf) confirmaram em comunicado em seu site que aconteceu um ataque aéreo contra um insurgente em Helmand e a Aliança Atlântica mostrou seu "arrependimento" pela morte de vítimas civis.

"A Isaf se arrepende de qualquer vítima civil causada pelo ataque aéreo de ontem", disse a organização militar.

O bombardeio com drones aconteceu pouco dias depois que a Loya Jirga aprovou um pacto militar com os EUA para depois de 2014, quando a Isaf for totalmente retirada do país, embora Karzai queira adiar a assinatura do acordo para depois das eleições do ano que vem.

O projeto do acordo prevê a presença no país de entre 10 mil e 15 mil soldados americanos de 2015 até 2024.

As autoridades afegãs afirmaram em várias ocasiões serem "inaceitáveis" as vítimas civis em bombardeios das forças da Isaf no país.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaDronesEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Grécia vai construir a maior 'cidade inteligente' da Europa, com casas de luxo e IA no controle

Seis mortos na Nova Caledônia, onde Exército tenta retomar controle do território

Guerra nas estrelas? EUA ampliam investimentos para conter ameaças em órbita

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos essenciais, diz diretora do Fed

Mais na Exame