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Kamala e democratas aceleram estratégia de atacar Trump em comício em Wisconsin

Vice-presidente esteve em estado que recebeu Trump na semana passada

Kamala: a vice buscou retratar Trump como uma ameaça ao país em várias áreas (JIM VONDRUSKA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP/AFP)

Kamala: a vice buscou retratar Trump como uma ameaça ao país em várias áreas (JIM VONDRUSKA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 23 de julho de 2024 às 16h33.

Última atualização em 23 de julho de 2024 às 17h41.

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West Allis, Wisconsin - A entrada de Kamala Harris na disputa presidencial, ocorrida há dois dias, tirou os democratas da defensiva, e a linha de discurso passa a ser bater forte em Donald Trump.

Nesta terça, 22, em West Allis, no subúrbio de Milwaukee, Kamala voltou a comparar sua experiência como procuradora-geral na Califórnia com o histórico de processos de Trump.

“Eu lidei com predadores que atacavam mulheres, golpistas que lesavam consumidores. Eu conheço o tipo de Donald Trump. E eu coloco, com orgulho, minha trajetória contra a dele", disse ela em um ginásio de uma escola de ensino médio.

A cada tipo de criminoso citado no discurso, havia uma pausa estratégica para a plateia vaiar. Gritos de lock him up ("tranque-o") eram ouvidos na plateia de vez em quando. Em 2016, o mesmo grito era estimulado por Trump contra Hillary Clinton, sua adversária naquele ano, a quem ele acusava de crimes sem apresentar provas.

Kamala fez seu primeiro discurso para uma plateia ampla após ser indicada como candidata à Presidência. O público esperou por quase 3 horas para a fala de Kamala, em um ginásio abafado. Segundo a organização, mais de 3 mil pessoas compareceram.

Nas últimas semanas, o presidente Joe Biden teve de se defender das críticas que questionavam se ele teria condições físicas e mentais de disputar a reeleição. Além disso, Trump sofreu um atentado, o que fez os democratas segurarem o discurso agressivo contra ele por algum tempo.

Nesta terça, a vice buscou retratar Trump como uma ameaça ao país em várias áreas, como a de que ele é a favor de um veto federal ao aborto, algo que o republicano diz em público não defender. Além disso, ela o acusou de ser uma ameaça a mais direitos, como o acesso a métodos de contracepção e aos ganhos da classe média.

“Nós acreditamos nos direitos reprodutivos. Confiamos nas mulheres para tomarem decisões. Se o Congresso aprovar uma lei nacional sobre o aborto e eu for eleita, vou sancionar essa lei”, prometeu.

Kamala disse que as propostas do rival farão as famílias pagarem mais impostos para compensar descontos a bilionários. Em outra frente, citou ainda que o rival quer reduzir a lista de cobertura de planos de saúde.

O comício em Wisconsin foi o primeiro depois de Kamala assegurar o apoio da maioria dos delegados do partido, o que garantirá sua candidatura à Presidência. Ela conseguiu isso menos de dois dias depois de Biden desistir de disputar a reeleição e abrir caminho para ela.

“Estou muito honrada. Vou me dedicar nas próximas semanas a seguir unindo o partido, para que possamos vencer em novembro”, disse.

Muitos idosos na plateia

Na plateia, havia uma grande presença de idosos e de mulheres. A EXAME conversou com alguns deles antes do início dos discursos e ouviu que a troca de candidato energizou a campanha.

"Kamala é uma procuradora e Trump é um condenado. Ela é mais jovem, é vibrante. Fiquei triste que Biden saiu, mas com Kamala as mulheres vão estar com ela", disse Stacey Moe, diretora na entidade Wisconsin for Environmental Justice.

"Eu sempre votei nos democratas, mas não iria votar em Biden. Ele teve uma grande perda cognitiva com a idade. Vou votar em Kamala, contra Trump", disse Peter von Tuinen, de 75 anos, aposentado. "Biden fez a coisa certa ao desistir, mas talvez vá ficar pensando nisso pelo resto da vida."

Wisconsin é estado decisivo

Milwaukee recebeu a Convenção Republicana na semana passada, em um ginásio na área central, a cerca de 15 km da escola que recebeu os democratas.

Biden e Kamala venceram em Wisconsin em 2020, por margem estreita. “O Caminho para a Casa Branca passa pelo Wisconsin”, disse a vice.

 

 

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