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Chefe do FMI renuncia e disputa por sucessor aumenta

Ex-diretor nega que teria cometido crimes sexuais contra uma camareira do hotel Sofitel

Strauss-Kahn: "Eu quero devotar toda minha força, todo meu tempo e toda minha energia para provar minha inocência" (Brian Harkin/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 16h16.

Nova York - Dominique Strauss-Kahn renunciou como diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que precisa usar toda sua energia para defender-se das acusações de agressão sexual contra uma camareira de hotel.

A prisão de Strauss-Kahn em Nova York no sábado acabou com suas ambições de concorrer à presidência da França em 2012 e levantou um debate sobre a tradição de um europeu ser o apontado para a chefia do organismo por 65 anos.

"Eu nego, com a maior firmeza possível, todas as acusações feitas contra mim", disse ele em sua carta de renúncia, divulgada pelo FMI e datada de 18 de maio.

"Eu quero devotar toda minha força, todo meu tempo e toda minha energia para provar minha inocência." Mais tarde nesta quinta-feira, o ex-ministro das Finanças francês deve fazer um segundo pedido por fiança, no valor de 1 milhão de dólares, antes do julgamento de Strauss-Kahn sobre tentativa de estupro de uma camareira de hotel, disseram seus advogados. Ele está preso na cadeia Rikers Island.

A mulher que o acusa das agressões testemunhou na quarta-feira perante um júri, que vai decidir se há evidências suficientes para processá-lo formalmente.

Sucessão

A renúncia de Strauss-Kahn intensifica o debate sobre quem deve liderar o FMI e se é tempo de mudar a tradição criada em 1945, que diz que um europeu chefia o FMI e um norte-americano fica à frente do Banco Mundial.


O ministro júnior dos Transportes da França, Thierry Mariani, disse que a ministra da Economia do país, Christine Lagarde, seria uma "candidata muito boa", mas que pode ser difícil ter outro diretor-gerente francês "no atual contexto".

O ministro das Finanças sueco, Anders Borg, também endossou o nome de Lagarde, que já dirigiu uma grande empresa de direito em Chicago antes de juntar-se ao governo. Até agora, ela preferiu não comentar se estaria interessada.

Diplomatas disseram que a Alemanha, a maior economia europeia, é a favor de Lagarde, mas ela também enfrenta problemas, já que um promotor público recomendou que ela seja investigada por sua conduta em um caso legal envolvendo um ex-político. Deve ser decidido em meados de junho se haverá um processo.

O membro do Banco Central Europeu (BCE) Nout Wellink disse na quarta-feira que o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que já está de saída, seria um sucessor "fantástico" para o FMI. No entanto, as regras do FMI dizem que seu chefe não pode ter mais que 65 anos e Trichet tem 68.

Os países emergentes, que têm demandado ter maior voz no FMI, vêm pressionando para poder apontar um candidato local para a chefia do Fundo.

China e Japão pediram nesta quinta-feira um processo aberto e transparente "baseado no mérito"--, uma forma velada de se opor a outro europeu. Brasil, México e África do Sul também sugeriram uma nova postura na sucessão.

"Como concordado no G20, diretores de organizações financeiras internacionais deveriam ser escolhidos com base em suas habilidade, por meio de um processo aberto e transparente", disse o ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda.

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Nova York - Dominique Strauss-Kahn renunciou como diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que precisa usar toda sua energia para defender-se das acusações de agressão sexual contra uma camareira de hotel.

A prisão de Strauss-Kahn em Nova York no sábado acabou com suas ambições de concorrer à presidência da França em 2012 e levantou um debate sobre a tradição de um europeu ser o apontado para a chefia do organismo por 65 anos.

"Eu nego, com a maior firmeza possível, todas as acusações feitas contra mim", disse ele em sua carta de renúncia, divulgada pelo FMI e datada de 18 de maio.

"Eu quero devotar toda minha força, todo meu tempo e toda minha energia para provar minha inocência." Mais tarde nesta quinta-feira, o ex-ministro das Finanças francês deve fazer um segundo pedido por fiança, no valor de 1 milhão de dólares, antes do julgamento de Strauss-Kahn sobre tentativa de estupro de uma camareira de hotel, disseram seus advogados. Ele está preso na cadeia Rikers Island.

A mulher que o acusa das agressões testemunhou na quarta-feira perante um júri, que vai decidir se há evidências suficientes para processá-lo formalmente.

Sucessão

A renúncia de Strauss-Kahn intensifica o debate sobre quem deve liderar o FMI e se é tempo de mudar a tradição criada em 1945, que diz que um europeu chefia o FMI e um norte-americano fica à frente do Banco Mundial.


O ministro júnior dos Transportes da França, Thierry Mariani, disse que a ministra da Economia do país, Christine Lagarde, seria uma "candidata muito boa", mas que pode ser difícil ter outro diretor-gerente francês "no atual contexto".

O ministro das Finanças sueco, Anders Borg, também endossou o nome de Lagarde, que já dirigiu uma grande empresa de direito em Chicago antes de juntar-se ao governo. Até agora, ela preferiu não comentar se estaria interessada.

Diplomatas disseram que a Alemanha, a maior economia europeia, é a favor de Lagarde, mas ela também enfrenta problemas, já que um promotor público recomendou que ela seja investigada por sua conduta em um caso legal envolvendo um ex-político. Deve ser decidido em meados de junho se haverá um processo.

O membro do Banco Central Europeu (BCE) Nout Wellink disse na quarta-feira que o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que já está de saída, seria um sucessor "fantástico" para o FMI. No entanto, as regras do FMI dizem que seu chefe não pode ter mais que 65 anos e Trichet tem 68.

Os países emergentes, que têm demandado ter maior voz no FMI, vêm pressionando para poder apontar um candidato local para a chefia do Fundo.

China e Japão pediram nesta quinta-feira um processo aberto e transparente "baseado no mérito"--, uma forma velada de se opor a outro europeu. Brasil, México e África do Sul também sugeriram uma nova postura na sucessão.

"Como concordado no G20, diretores de organizações financeiras internacionais deveriam ser escolhidos com base em suas habilidade, por meio de um processo aberto e transparente", disse o ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda.

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