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Kadafi se nega a deixar o poder enquanto combates se intensificam

O ditador líbio afirmou que não ocupa nenhum cargo no país e, por isso, não tem que renunciar a nenhuma função

A declaração foi dada ao presidente da Federação Internacional de Xadrez, Kirsan Iliumjinov, com quem Kadafi jogou uma partida (AFP)

A declaração foi dada ao presidente da Federação Internacional de Xadrez, Kirsan Iliumjinov, com quem Kadafi jogou uma partida (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2011 às 11h20.

Rípoli - O regime líbio se nega a qualquer tipo de discussão sobre uma eventual saída do coronel Muammar Kadaafi, quatro meses depois do começo da rebelião popular no país, onde os combates prosseguem em várias frentes.

"Não sou nem primeiro-ministro, nem presidente, nem rei. Não ocupo nenhum cargo na Líbia. É por isso que não tenho que renunciar a nenhuma função", declarou no domingo o coronel Kadafi, cujas declarações foram citadas pelo presidente da Federação Internacional de Xadrez, o russo Kirsan Iliumjinov.

A televisão líbia exibiu na noite de domingo imagens da partida, que aconteceu na presença de Mohamed, o filho mais velho do coronel Kadafi, presidente do Comitê Olímpico da Líbia e que administra o setor de telecomunicações no país.

Um monitor na sala exibia programas da televisão líbia, com uma tarja verde que informava a data: 12 de junho de 2011.

A emissora não revelou quem venceu a partida.

Kadafi mostra assim que não tem mesmo a intenção de ceder, apesar dos bombardeios constantes da Otan e da multiplicação de pedidos internacionais para que deixe o poder.

O conflito líbio já causou desde 15 de fevereiro entre 10.000 e 15.000 mortos, segundo a ONU, e provocou a fuga de 952.000 pessoas, de acordo com a Organização Internacional para as Imigrações.

No campo de batalha, os combates se intensificaram.

No leste, os rebeldes tentaram tomar as instalações petroleiras de Brega, 240 km ao oeste de Benghazi, e nas montanhas do sudoeste se esforçam por vencer os bolsões de resistência das forças favoráveis a Kadhafi.

Nesta segunda-feira, um comandante da rebelião, Musa el Mograbi, indicou à AFP que quatro insurgentes foram mortos nos combates travados 40 km a leste da estratégica cidade de Brega no domingo.

Na região de Misrata, uma cidade portuária rebelde situada a leste de Trípoli, as forças governamentais voltaram a bombardear no sábado a zona de Dafniyeh.

Segundo um porta-voz da rebelião de Misrata, em Zliten (oeste de Misrata), as forças governamentais cercaram o bairro de Azdu e ameaçaram através de alto-falantes estuprar as mulheres e matar os homens se os rebeldes não entregassem as armas.

No oeste, em Zawiyah (a 40 Km de Trípoli), os combates são intensos desde sábado, quando os insurgentes afirmaram ter tomado parte da cidade, controlada desde março por tropas governamentais.

Nas montanhas do oeste, sete rebeldes morreram e 49 foram feridos nos intensos enfrentamentos em torno de Zenten, de acordo com informações recolhidas pelo correspondente da AFP no hospital local.

De acordo com os insurgentes, a rebelião se estendeu para a cidade de Ghadames (sudoeste de Trípoli), na fronteira entre a Tunísia e a Argélia.

No campo político, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, chegou nesta segunda-feira a Benghazi, reduto dos rebeldes líbio.

Em seguida dirigiu-se para a sede do Conselho Nacional de Transição (CNT, a instância política dirigente da rebelião), onde se reuniu com Mustafah Abdeljalil, seu presidente.

No encontro, o chanceler afirmou que a Alemanha reconhece o CNT como o "único representante legítimo" da rebelião líbia.

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