Kadafi ameaça se aliar com Al Qaeda caso haja intervenção
Ditador se disse traído por seu amigo Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro da Itália
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 09h32.
Roma - O líder líbio Muammar Kadafi adverte aos Governos ocidentais que, se houver uma intervenção militar estrangeira em seu país, a Líbia vai se aliar à rede terrorista Al Qaeda, tal como afirma em entrevista ao diário italiano "Il Giornale".
"A Líbia sairá da aliança internacional contra o terrorismo, nos aliaremos com a Al Qaeda e declararemos a Guerra Santa", ameaça Kadafi, caso os Governos ocidentais se comportem "conosco" como o fizeram no Iraque.
O governante diz se sentir "traído" por seu até agora amigo, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi.
Kadafi afirma ainda que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, tem uma espécie de "desordem mental" porque "disse coisas que só um louco poderia dizê-las".
"Estou realmente surpreso com a atitude de meus amigos europeus. Dessa forma, eles puseram em perigo e danificaram uma série de grandes acordos sobre segurança e cooperação econômica que tínhamos", ressalta o coronel líbio.
Na mesma entrevista em que ameaça se aliar à Al Qaeda, Kadafi critica os rebeldes líbios que buscam derrubá-lo do poder e os considera aliados de Osama bin Laden, líder da rede terrorista islâmica.
"Negociar com os terroristas de Osama bin Laden não é possível. Eles mesmos não acreditam no diálogo. Sua ideia da situação em Benghazi é equivocada", ressalta Kadafi, referindo-se à segunda maior cidade da Líbia, atualmente em poder dos rebeldes do país.
Segundo o coronel, o Conselho Nacional de Transição Interino (CNTI), autoridade formada pelos rebeldes líbios em Benghazi, "é como se fosse a Al Qaeda".
Kadafi exclama que a oposição dos rebeldes é uma "causa perdida": "Há duas possibilidades: render-se ou escapar".
"Esses terroristas utilizam os civis como escudos humanos, inclusive as mulheres", declara o líder.
Kadafi assegura que suas tropas avançam rapidamente em direção a Benghazi "para combater o terrorismo".
"As ordens às nossas tropas são cercá-los. Se eles se renderem, não vamos matá-los", assevera.