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Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'

Washington alega que plano de assassinato frustrado foi coordenado pela Guarda Revolucionária para vingar a morte do general iraniano Qasem Soleimani, morto em 2020 pelos EUA no Iraque

Donald Trump: Justiça alega que Irã conspirou para assassinato de presidente eleito (Charly Triballeau/AFP)

Donald Trump: Justiça alega que Irã conspirou para assassinato de presidente eleito (Charly Triballeau/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de novembro de 2024 às 16h00.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou o Irã de conspirar para assassinar o agora presidente eleito Donald Trump antes da votação presidencial. O anúncio foi feito na noite de sexta-feira, e rebatido neste sábado por Teerã, que chamou de "totalmente infundadas" as alegações.

De acordo com a acusação, o plano de assassinato frustrado foi alegadamente dirigido pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã para vingar a morte do general iraniano Qasem Soleimani, morto em 2020 num ataque dos EUA no Iraque ordenado pelo então presidente Trump.

Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Irã, o seu porta voz, Esmail Baghai, considerou "completamente infundadas as acusações de que o Irã está envolvido numa tentativa de assassinato contra antigos e atuais funcionários americanos".

A acusação do Departamento de Justiça dos EUA indica que a Guarda Revolucionária encarregou Farhad Shakeri, de 51 anos, que se acredita estar no Irã, no dia 7 de outubro, de planejar o assassinato de Trump.

Shakeri e dois outros homens, Carlisle Rivera, 49, e Jonathon Loadholt, 36, ambos de Nova Yorl, foram acusados ​​separadamente de conspirar para matar uma jornalista iraniana-americana dissidente em Nova York.

Rivera e Loadholt estão sob custódia dos EUA e compareceram ao tribunal em Nova York na quinta-feira, segundo o departamento.

— As acusações anunciadas hoje expõem as contínuas tentativas descaradas do Irã de atingir cidadãos americanos, incluindo o presidente eleito Donald Trump, outros líderes governamentais e dissidentes críticos do regime de Teerã — disse o diretor do FBI, Christopher Wray.

'Rede de parceiros criminosos'

O Departamento de Justiça descreveu Shakeri como um “ativo da Guarda Revolucionária residente em Teerã”. Ele diz que imigrou para os Estados Unidos ainda criança e foi deportado por volta de 2008, após cumprir 14 anos de prisão por roubo.

“Nos últimos meses, Shakeri usou uma rede de parceiros criminosos que conheceu na prisão nos Estados Unidos para fornecer à Guarda revolucionária agentes para realizar vigilância e assassinatos de alvos”, afirmou o Departamento de Justiça.

Loadholt e Rivera, sob a direção de Shakeri, passaram meses vigiando uma cidadã iraniana-americana que é uma crítica ferrenha do regime de Teerã e tem sido alvo de múltiplos planos de assassinato. Ela não foi identificada, mas as acusações surgem menos de três semanas depois de um general da Guarda Revolucionária ter sido acusado em Nova York por uma alegada conspiração para assassinar o jornalista dissidente Masih Alinejad, que vive na cidade.

Não é a primeira vez que os Estados Unidos acusaram o Irã de tentar assassinar autoridades americanas em retaliação pelo assassinato de Soleimani. Um homem paquistanês supostamente ligado ao Irã declarou-se inocente em Nova York, no início deste ano, das acusações de ter tentado contratar um assassino para matar um político ou funcionário dos EUA.

O Departamento de Estado anunciou uma recompensa de 20 milhões de dólares por informações que levem à prisão do suposto mentor iraniano de uma conspiração para assassinar o ex-funcionário da Casa Branca John Bolton.

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