Arame farpado com a foto do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi (REUTERS/Khaled Abdullah)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 06h38.
Cairo - A justiça egípcia ordenou nesta sexta-feira prisão preventiva de 15 dias para o deposto presidente Mohamed Mursi por sua suposta ligação com o grupo palestino Hamas para perpetrar "ações inimigas contra o país" e pela invasão a uma prisão.
O juiz Hassan Samir, do Tribunal de Apelação da capital, adotou esta medida depois de interrogar a Mursi, que está retido pelo Exército, sobre as provas apresentadas no caso, informou a agência de notícias estatal "Mena".
Após o golpe de estado militar que o depôs no último dia 3 de julho, Mursi se acha em paradeiro desconhecido, mas retido pelo Exército.
Desde essa data, a procuradoria emitiu várias ordens de prisão contra dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre eles seu guia espiritual, Mohammed Badía, por seu suposto envolvimento em atos de violência.
Além de ser acusado de colaborar com o Hamas, Mursi é suspeito de ter participação no ataque a instalações das forças de segurança e na invasão do presídio de Wadi Natrun, no norte do Cairo.
Mursi também é suspeito de estar envolvido no assassinato de alguns presos e oficiais da Polícia, assim como no sequestro de altos cargos de segurança.
Outras acusações também o enquadram na fuga da prisão de Wadi Natrún e na facilitação da fuga de outros reclusos, além de destruir documentos do presídio e de assaltar delegacias.
Mursi esteve recluso em Wadi Natrun durante a revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak entre janeiro e fevereiro de 2011, mas conseguiu escapar dois dias após sua detenção graças ao caos que reinava nos presídios após a fuga dos agentes.
No último dia 4 de julho, a justiça egípcia emitiu uma ordem para proibir a saída de Mursi do país por supostamente ter insultado o Poder Judiciário junto a outros oito dirigentes da Irmandade Muçulmana.
Há três dias, o chefe do governo islamita palestino do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, negou todo envolvimento de seu movimento no Egito e pediu à imprensa egípcia parar de publicar acusações "falsas".