Exame Logo

Julgamento da esposa de Bo Xilai começa esta semana

O assassinato é um dos delitos que pode acarretar a pena de morte na China, embora os indícios apontem que as autoridades optarão por uma sentença menor

Bo Xilai e sua esposa: até sua queda em desgraça, se dava como certo que Bo Xilai, de 62 anos, seria um dos integrantes do novo Comitê Permanente (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 09h41.

Pequim - O julgamento contra a esposa do ex-dirigente comunista Bo Xilai, Gu Kailai, em um caso que representa o pior escândalo político no país das últimas décadas, começa na próxima quinta-feira com poucas dúvidas que o veredicto será de culpabilidade.

O jornal "South China Morning Post" cita nesta terça-feira um "alto membro da acusação", o qual não identifica, que assegura que Gu - uma advogada de renome antes de sua detenção - admitiu a acusação de assassinato contra si na morte em novembro do ano passado do empresário britânico Neil Heywood, assim como "delitos econômicos".

Segundo a fonte citada pelo jornal, Gu se mostrou "relaxada" ao confessar o assassinato.

Além disso, no último dia 26 de julho, quando foi anunciado que a Promotoria de Hefei tinha acusado formalmente Gu e um assistente seu de assassinato, a agência oficial "Xinhua" assegurou que "os fatos são claros e as provas irrefutáveis e substanciais".

A esposa do ex-chefe do Partido Comunista da China na cidade de Chongqing admitiu também "crimes financeiros", embora aparentemente só será julgada por assassinato proposital.

O assassinato é um dos delitos que pode acarretar a pena de morte na China , embora os indícios apontem que as autoridades optarão por uma sentença menor.

Segundo declarou ao jornal o advogado Pu Zhiqiang, "se Gu não for acusada de crimes financeiros, Bo não enfrentará muitos problemas". "As altas esferas querem um final sem complicações e rápido", acrescentou.

O julgamento acontece a apenas dois meses do processo de transição que renovará toda a cúpula dirigente do Partido Comunista chinês.

Vários dos protagonistas dessa mudança estão esta semana na cidade de Beidaihe, leste de Pequim, um lugar que tradicionalmente serviu para alojar reuniões a portas fechadas dos dirigentes chineses.


Entre eles se encontra, segundo informou a agência de notícias oficial chinesa, "Xinhua", Xi Jinping, considerado o próximo líder chinês substituindo Hu Jintao à frente do Partido Comunista em outubro.

É difícil imaginar que em suas conversas não se aborde o processo de transição que acontece em outubro, quem serão os novos membros do Comitê Permanente do Politburo - o órgão de direção colegiado do Partido Comunista - e que ameaçava ser atingido pelo escândalo em torno de Bo.

Até sua queda em desgraça, se dava como certo que Bo Xilai, de 62 anos, seria um dos integrantes do novo Comitê Permanente.

O escândalo aconteceu em fevereiro passado quando Wang Lijun, vice-prefeito de Chongqing (centro) e braço direito de Bo, pediu asilo no consulado dos EUA na cidade de Chengdu, próxima a Chongqing.

Ali Wang denunciou, supostamente, as más práticas de Bo e os vínculos de Gu com a morte de Heywood, amigo da família.

Até então, as autoridades chinesas mantinham mistério sobre a morte do britânico, e inclusive chegaram a sugerir que sua causa tinha sido a ingestão excessiva de álcool.

Em 10 de abril, Gu e seu assistente, Zhang Xiaojun, foram declarados "altamente suspeitos" da morte de Heywood.

Então, e de forma quase simultânea, também se revelou a suspensão de Bo Xilai do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) por "supostas irregularidades", sem vincular ambos os casos.

Veja também

Pequim - O julgamento contra a esposa do ex-dirigente comunista Bo Xilai, Gu Kailai, em um caso que representa o pior escândalo político no país das últimas décadas, começa na próxima quinta-feira com poucas dúvidas que o veredicto será de culpabilidade.

O jornal "South China Morning Post" cita nesta terça-feira um "alto membro da acusação", o qual não identifica, que assegura que Gu - uma advogada de renome antes de sua detenção - admitiu a acusação de assassinato contra si na morte em novembro do ano passado do empresário britânico Neil Heywood, assim como "delitos econômicos".

Segundo a fonte citada pelo jornal, Gu se mostrou "relaxada" ao confessar o assassinato.

Além disso, no último dia 26 de julho, quando foi anunciado que a Promotoria de Hefei tinha acusado formalmente Gu e um assistente seu de assassinato, a agência oficial "Xinhua" assegurou que "os fatos são claros e as provas irrefutáveis e substanciais".

A esposa do ex-chefe do Partido Comunista da China na cidade de Chongqing admitiu também "crimes financeiros", embora aparentemente só será julgada por assassinato proposital.

O assassinato é um dos delitos que pode acarretar a pena de morte na China , embora os indícios apontem que as autoridades optarão por uma sentença menor.

Segundo declarou ao jornal o advogado Pu Zhiqiang, "se Gu não for acusada de crimes financeiros, Bo não enfrentará muitos problemas". "As altas esferas querem um final sem complicações e rápido", acrescentou.

O julgamento acontece a apenas dois meses do processo de transição que renovará toda a cúpula dirigente do Partido Comunista chinês.

Vários dos protagonistas dessa mudança estão esta semana na cidade de Beidaihe, leste de Pequim, um lugar que tradicionalmente serviu para alojar reuniões a portas fechadas dos dirigentes chineses.


Entre eles se encontra, segundo informou a agência de notícias oficial chinesa, "Xinhua", Xi Jinping, considerado o próximo líder chinês substituindo Hu Jintao à frente do Partido Comunista em outubro.

É difícil imaginar que em suas conversas não se aborde o processo de transição que acontece em outubro, quem serão os novos membros do Comitê Permanente do Politburo - o órgão de direção colegiado do Partido Comunista - e que ameaçava ser atingido pelo escândalo em torno de Bo.

Até sua queda em desgraça, se dava como certo que Bo Xilai, de 62 anos, seria um dos integrantes do novo Comitê Permanente.

O escândalo aconteceu em fevereiro passado quando Wang Lijun, vice-prefeito de Chongqing (centro) e braço direito de Bo, pediu asilo no consulado dos EUA na cidade de Chengdu, próxima a Chongqing.

Ali Wang denunciou, supostamente, as más práticas de Bo e os vínculos de Gu com a morte de Heywood, amigo da família.

Até então, as autoridades chinesas mantinham mistério sobre a morte do britânico, e inclusive chegaram a sugerir que sua causa tinha sido a ingestão excessiva de álcool.

Em 10 de abril, Gu e seu assistente, Zhang Xiaojun, foram declarados "altamente suspeitos" da morte de Heywood.

Então, e de forma quase simultânea, também se revelou a suspensão de Bo Xilai do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) por "supostas irregularidades", sem vincular ambos os casos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaJustiçaMortes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame