Judeus alemães aprovam publicação de "Mein Kampf"
O livro será publicado com comentários de historiadores
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2012 às 18h49.
Berlim - A comunidade judaica classificou nesta quarta-feira de "responsável" a decisão das autoridades alemãs de publicar o livro de Adolf Hitler "Minha Luta" ("Mein Kampf") pela primeira vez desde 1945, em um país que aos poucos rompe o tabu em torno do líder nazista.
O Ministério das Finanças do estado regional alemão de Baviera (sul da Alemanha), que herdou os direitos autorais depois da Segunda Guerra Mundial, anunciou na terça-feira que iria publicar novamente "Minha Luta" em 2015, pouco antes de estes direitos passarem ao domínio público.
O livro será publicado com comentários de historiadores. Além disso, analisa-se a possibilidade de publicar uma edição em inglês, um livro eletrônico e uma versão áudio, segundo a imprensa.
Também é considerada a possibilidade de realizar uma edição para as escolas, segundo líderes bávaros, que investirão 500.000 euros neste projeto.
O presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, disse que se tratava de uma "boa ideia".
"Se for necessário publicá-lo de novo, prefiro que seja em uma versão do estado regional da Baviera com comentários de pessoas competentes, no lugar de ver (outros) ganharem dinheiro com os nazistas", declarou.
"Minha Luta", redigido por Hitler no período em que esteve preso em 1924 e 1925, não está proibido na Alemanha, mas o governo regional da Baviera havia tentado até agora evitar que os escritos nazistas fossem publicados.
No entanto, na internet, vários portais vendem a versão em inglês do livro. Além disso, diversos especialistas afirmam que muitos trechos estão disponíveis em alemão na internet.
Por outro lado, os direitos autorais que o governo regional da Baviera deu aos Aliados quando acabou a Segunda Guerra Mundial vencem em 2015, 70 anos depois da morte de Hitler.
Cerca de 10 milhões de exemplares em alemão foram editados até 1945, segundo o historiador Ian Kershaw, fazendo com que haja muitos exemplares em circulação. A partir de 1936, cada casal alemão de recém-casados recebia uma cópia como presente do Estado nazista.
A decisão do governo regional bávaro mostra que o debate em torno de Hitler "deixou de ser tabu, comparado com o que ocorria nos anos 1950 ou 1960", afirmou Daniel Erk, que estudou o modo com o qual a Alemanha enfrenta seu passado.
O Estado regional da Baviera decidiu realizar esta publicação após ter vencido um processo contra um editor britânico que planejava publicar trechos de "Minha Luta" com comentários de historiadores.
Este editor, Peter McGee, havia adiantado que publicaria o manifesto antissemita que detalhou a visão de Hitler muito antes de sua chegada ao poder em 1933, junto a comentários para situar a obra em um contexto histórico.
Em 2009, McGee já havia causado polêmica quando começou a distribuir reproduções do jornal de propaganda nazista Observador do Povo, com comentários de historiadores.
Berlim - A comunidade judaica classificou nesta quarta-feira de "responsável" a decisão das autoridades alemãs de publicar o livro de Adolf Hitler "Minha Luta" ("Mein Kampf") pela primeira vez desde 1945, em um país que aos poucos rompe o tabu em torno do líder nazista.
O Ministério das Finanças do estado regional alemão de Baviera (sul da Alemanha), que herdou os direitos autorais depois da Segunda Guerra Mundial, anunciou na terça-feira que iria publicar novamente "Minha Luta" em 2015, pouco antes de estes direitos passarem ao domínio público.
O livro será publicado com comentários de historiadores. Além disso, analisa-se a possibilidade de publicar uma edição em inglês, um livro eletrônico e uma versão áudio, segundo a imprensa.
Também é considerada a possibilidade de realizar uma edição para as escolas, segundo líderes bávaros, que investirão 500.000 euros neste projeto.
O presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, disse que se tratava de uma "boa ideia".
"Se for necessário publicá-lo de novo, prefiro que seja em uma versão do estado regional da Baviera com comentários de pessoas competentes, no lugar de ver (outros) ganharem dinheiro com os nazistas", declarou.
"Minha Luta", redigido por Hitler no período em que esteve preso em 1924 e 1925, não está proibido na Alemanha, mas o governo regional da Baviera havia tentado até agora evitar que os escritos nazistas fossem publicados.
No entanto, na internet, vários portais vendem a versão em inglês do livro. Além disso, diversos especialistas afirmam que muitos trechos estão disponíveis em alemão na internet.
Por outro lado, os direitos autorais que o governo regional da Baviera deu aos Aliados quando acabou a Segunda Guerra Mundial vencem em 2015, 70 anos depois da morte de Hitler.
Cerca de 10 milhões de exemplares em alemão foram editados até 1945, segundo o historiador Ian Kershaw, fazendo com que haja muitos exemplares em circulação. A partir de 1936, cada casal alemão de recém-casados recebia uma cópia como presente do Estado nazista.
A decisão do governo regional bávaro mostra que o debate em torno de Hitler "deixou de ser tabu, comparado com o que ocorria nos anos 1950 ou 1960", afirmou Daniel Erk, que estudou o modo com o qual a Alemanha enfrenta seu passado.
O Estado regional da Baviera decidiu realizar esta publicação após ter vencido um processo contra um editor britânico que planejava publicar trechos de "Minha Luta" com comentários de historiadores.
Este editor, Peter McGee, havia adiantado que publicaria o manifesto antissemita que detalhou a visão de Hitler muito antes de sua chegada ao poder em 1933, junto a comentários para situar a obra em um contexto histórico.
Em 2009, McGee já havia causado polêmica quando começou a distribuir reproduções do jornal de propaganda nazista Observador do Povo, com comentários de historiadores.