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José Antonio Kast é eleito novo presidente do Chile

Com vitória de Kast, Chile escolhe presidente mais conservador em décadas

Resultado consolida guinada à direita e encerra ciclo da coalizão governista (EITAN ABRAMOVICH / AFP via Getty Images)

Resultado consolida guinada à direita e encerra ciclo da coalizão governista (EITAN ABRAMOVICH / AFP via Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 19h51.

Última atualização em 14 de dezembro de 2025 às 20h05.

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José Antonio Kast, candidato do Partido Republicano, foi eleito neste domingo, 14, o novo presidente do Chile, ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais. De direita, ele superou a candidata da coalizão governista Unidad por Chile, Jeannette Jara, em uma disputa marcada pela polarização, pelo debate sobre segurança pública e pelo endurecimento do discurso migratório.

Com a apuração concluída, o Serviço Eleitoral do Chile (Servel) confirmou a vitória de Kast (58% dos votos), que assume o comando do país em um cenário de Congresso fragmentado e com o desafio de responder às demandas por ordem, crescimento econômico e controle da violência.

A posse do novo presidente está prevista para março de 2026.

Quem é José Antonio Kast, novo presidente do Chile

Advogado, católico conservador e ex-deputado, José Antonio Kast, de 59 anos, construiu sua trajetória política a partir da direita tradicional chilena. Ele foi filiado por décadas à União Democrata Independente (UDI), mas ganhou projeção nacional após fundar o Partido Republicano, que lidera desde 2019.

Kast já havia disputado a Presidência em eleições anteriores, mas consolidou sua força política ao canalizar o descontentamento de parte do eleitorado com temas como:

Durante a campanha, adotou um discurso duro contra o crime organizado e prometeu reforçar o papel das forças de segurança, além de rever políticas migratórias.

Segurança e imigração dominaram a campanha eleitoral

A eleição chilena foi amplamente influenciada por preocupações comsegurança pública, tema que apareceu de forma recorrente nas pesquisas de opinião ao longo da campanha.

Kast defendeu medidas como:

  • Endurecimento das leis penais;

  • Fortalecimento das polícias;

  • Maior controle das fronteiras;

  • Expulsão de imigrantes em situação irregular.

O discurso encontrou eco em eleitores de regiões urbanas e áreas afetadas pelo avanço da criminalidade, especialmente no norte do país.

Já a candidata governista tentou sustentar a agenda social do atual governo, mas enfrentou dificuldades diante do desgaste da gestão e da percepção de insegurança.

Desafios do novo governo Kast

Apesar da vitória nas urnas, José Antonio Kast assume a Presidência com desafios institucionais relevantes. O Congresso chileno permanece dividido, o que deve exigir negociações constantes para aprovar reformas estruturais.

Entre os principais desafios do novo presidente estão:

  • Reconstruir a confiança na economia;

  • Lidar com a pressão social por serviços públicos;

  • Enfrentar a crise de segurança sem ampliar tensões políticas;

  • Conduzir o Chile em meio a um cenário regional instável.

Analistas avaliam que o tom adotado por Kast na campanha precisará ser ajustado para garantir governabilidade.

Com a eleição confirmada, Kast inicia agora o processo de transição e montagem de sua equipe ministerial, enquanto o país se prepara para um novo ciclo político.

O que acontece com Jeannette Jara após a derrota no segundo turno

Com a derrota no segundo turno, Jeannette Jara, candidata da coalizão governista Unidad por Chile, não assume qualquer cargo automático no governo chileno. No sistema político do Chile, candidatos derrotados na eleição presidencial retornam às suas atividades políticas ou profissionais anteriores, sem prerrogativas institucionais decorrentes da disputa.

Jara, que é uma das principais lideranças da esquerda chilena, deve manter protagonismo político dentro de sua coalizão, atuando na reorganização do campo progressista após a derrota eleitoral. Analistas avaliam que ela tende a seguir como voz relevante no debate público, seja no Parlamento — caso dispute ou ocupe cargo eletivo —, seja em funções partidárias ou acadêmicas.

A expectativa é que a ex-candidata também participe do processo de oposição ao governo de José Antonio Kast, ajudando a articular a estratégia política da esquerda no Congresso e nas ruas, especialmente em temas sociais, trabalhistas e de direitos civis que marcaram sua campanha.

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