Assassinato: Kuciak foi baleado no peito e sua namorada na cabeça (Thinckstock/Thinkstock)
EFE
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 10h44.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2018 às 10h45.
Praga - O jornalista eslovaco Khan Kuciak, de 27 anos, conhecido por suas investigações sobre corrupção para o portal de notícias "Aktuality.sk", foi encontrado morto nesta segunda-feira junto à sua companheira, ambos assassinados em sua casa, perto de Bratislava.
"Trata-se possivelmente de um duplo assassinato do jornalista Khan Kuciak e sua companheira, Martina K", confirmou o chefe da polícia, Tibor Gaspar, em entrevista coletiva na capital eslovaca, transmitida pela emissora "TA3".
Os corpos do casal foram encontrados à meia-noite de ontem em uma casa em Velka Maca, cidade situada 50 quilômetros ao leste de Bratislava.
Kuciak foi baleado no peito e sua namorada na cabeça, em um crime ocorrido, segundo o chefe policial, entre quinta-feira e domingo.
Gaspar considerou que o motivo do homicídio provavelmente tem relação com o trabalho investigativo do jornalista, que estava fazendo pesquisas sobre suspeitos de crimes fiscais, mais especificamente do empresário Marian Kocner.
Seu último artigo publicado ligava Kocner a fraudes tributárias, assim como a transferências de propriedade pouco transparentes, no edifício "Five Star Residence", em Bratislava, onde também estaria envolvido o empresário Ladislav Basternak.
O caso de Basternak foi um dos motivos dos protestos em massa ocorridos no ano passado no país contra a classe política, à qual os manifestantes acusavam de falta de vontade para combater a corrupção.
Veículos de imprensa locais apontam agora que Kocner ameaçou Kuciak, e que este informou das ameaças à polícia, o que Gaspar disse hoje não ter conhecimento.
Para o chefe da polícia, trata-se de "um ataque sem precedentes a um jornalista, algo que não tinha acontecido antes na Eslováquia".
No entanto, há dez anos o jornalista investigativo Pavol Rypal, que documentava os esquemas e operações da máfia, está desaparecido, e desde 2015 não se sabe o paradeiro Miroslav Pejko, repórter do jornal eslovaco "Hospodárske noviny".