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Jordânia e Israel entram em crise por mesquita de Al-Aqsa

Amã convocou seu embaixador pela primeira vez desde o tratado de paz de 1994 entre os dois países

Domo da Rocha e mesquita de Al-Aqsa são vistos a partir da região de Silwan, um distrito predominantemente palestino (Ammar Awad/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 19h44.

Jerusalém/Amã - Uma discórdia crescente a respeito da localidade sagrada mais volátil de Jerusalém gerou uma crise entre Israel e Jordânia nesta quarta-feira e Amã convocou seu embaixador pela primeira vez desde o tratado de paz de 1994 entre os dois países.

Como sinal das tensões, um palestino atirou o carro contra pedestres no centro de Jerusalém também nesta quarta-feira, matando um policial paramilitar de fronteira israelense antes de ser morto a tiros pela polícia. Mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas.

Em um segundo ataque mais tarde, uma van dirigida por um palestino atropelou três soldados na Cisjordânia ocupada. Um deles estava gravemente ferido e os outros dois sofreram ferimentos moderados, disseram um porta-voz do serviço de ambulâncias e a polícia.

O incidente em Jerusalém ocorreu depois de embates violentos entre a polícia israelense e palestinos na entrada da mesquita de Al-Aqsa, datada do século 8, o terceiro local mais sagrado para o Islamismo.

Autoridades palestinas disseram que as forças de Israel atravessaram o limiar da mesquita pela primeira vez desde 1967. A polícia israelense negou ter entrado no recinto religioso.

Bem no momento em que Israel lida com o segundo atentado palestino mortal em Jerusalém em duas semanas, e com o risco de um terceiro levante palestino, a Jordânia trouxe uma nova dimensão ao conflito chamando seu diplomata de volta.

Falando em Paris, na França, antes de se reunir com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, o ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judeh, declarou que Amã retirou seu embaixador por causa da situação no complexo da mesquita de Al-Aqsa.

"Enviamos mensagens reiteradas para Israel, direta e indiretamente, dizendo que Jerusalém é uma linha vermelha", afirmou Judeh.

Ele acusou os israelenses de violações e incursões, de impedir as pessoas de orar livremente e de permitir a entrada de extremistas. "Estas violações são revoltantes" para os muçulmanos do mundo todo, disse.

A Petra, agência de notícias oficial do reino árabe, relatou que a Jordânia irá apresentar uma queixa ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por conta das ações de Israel na cidade e no complexo conhecido pelos muçulmanos como Nobre Santuário, que abriga a mesquita de Al-Aqsa e o santuário do Domo da Rocha.

Os muçulmanos creem que o profeta Maomé ascendeu aos céus do Domo da Rocha no século 7, e os judeus reverenciam a colina da Cidade Velha de Jerusalém como Monte do Templo, local mais sagrado do Judaísmo onde dois templos bíblicos teriam sido erguidos.

O porta-voz do ministro israelense das Relações Exteriores, Emanuel Nahshon, declarou que o gesto da Jordânia foi equivocado e que não contribui para o apaziguamento das tensões.

“Esperamos que a Jordânia repudie a violência premeditada vinda de Ramallah (na Cisjordânia ocupada), e a morte de inocentes que isso causou”, disse Nahshon em um comunicado.

A medida jordaniana ocorreu pouco mais de uma semana depois de o país e Israel comemorarem o 20º aniversário de seu tratado de paz.

Em uma cerimônia em 26 de outubro reconhecendo o marco, o embaixador jordaniano, Walid Obeidat, usou um tom de alerta ao mencionar uma campanha de ultranacionalistas israelenses para suspender uma proibição de Israel às orações de judeus no complexo sagrado.

Obeidat disse que qualquer mudança no quadro atual acabaria ameaçando o acordo, o segundo do gênero que Israel firmou com um Estado árabe desde o tratado com o Egito em 1979.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ofereceu garantias públicas de que irá manter o arranjo existente para que os muçulmanos possam rezar no complexo.

O local tem sido administrado por autoridades religiosas jordanianas desde antes e depois da captura israelense de Jerusalém Oriental da Jordânia na guerra de 1967.

Na semana passada, Israel fechou o complexo na Cidade Velha de Jerusalém em meio aos episódios crescentes de violência entre palestinos e israelenses. A medida enfureceu o rei Abdullah, da Jordânia, que é o zelador oficial da localidade sagrada.

O embaixador de Israel na Jordânia, Daniel Nevo, afirmou que o governo israelense se mostrou bastante sensível à posição de Amã em relação a Al-Aqsa e ao papel mais abrangente do reino pró-Ocidente em um Oriente Médio cada vez mais dividido pelos conflitos sectários.

“Nosso maior temor na atualidade é que alguém esteja tentando criar distúrbios no Monte do Templo para atear fogo na região, para prejudicar tanto a Jordânia quanto Israel”, afirmou Nevo à Rádio Israel.

“Acredito ser de comum interesse de Israel e da Jordânia sobreviver ao Estado Islâmico e aos extremistas ao norte e ao leste”.

Para Netanyahu, o mais recente ataque em Jerusalém foi um resultado direto do que ele chamou de incitação por parte do Hamas e do presidente palestino apoiado pelo Ocidente, Mahmoud Abbas, sobre a situação no complexo sagrado.

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Como sinal das tensões, um palestino atirou o carro contra pedestres no centro de Jerusalém também nesta quarta-feira, matando um policial paramilitar de fronteira israelense antes de ser morto a tiros pela polícia. Mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas.

Em um segundo ataque mais tarde, uma van dirigida por um palestino atropelou três soldados na Cisjordânia ocupada. Um deles estava gravemente ferido e os outros dois sofreram ferimentos moderados, disseram um porta-voz do serviço de ambulâncias e a polícia.

O incidente em Jerusalém ocorreu depois de embates violentos entre a polícia israelense e palestinos na entrada da mesquita de Al-Aqsa, datada do século 8, o terceiro local mais sagrado para o Islamismo.

Autoridades palestinas disseram que as forças de Israel atravessaram o limiar da mesquita pela primeira vez desde 1967. A polícia israelense negou ter entrado no recinto religioso.

Bem no momento em que Israel lida com o segundo atentado palestino mortal em Jerusalém em duas semanas, e com o risco de um terceiro levante palestino, a Jordânia trouxe uma nova dimensão ao conflito chamando seu diplomata de volta.

Falando em Paris, na França, antes de se reunir com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, o ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judeh, declarou que Amã retirou seu embaixador por causa da situação no complexo da mesquita de Al-Aqsa.

"Enviamos mensagens reiteradas para Israel, direta e indiretamente, dizendo que Jerusalém é uma linha vermelha", afirmou Judeh.

Ele acusou os israelenses de violações e incursões, de impedir as pessoas de orar livremente e de permitir a entrada de extremistas. "Estas violações são revoltantes" para os muçulmanos do mundo todo, disse.

A Petra, agência de notícias oficial do reino árabe, relatou que a Jordânia irá apresentar uma queixa ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por conta das ações de Israel na cidade e no complexo conhecido pelos muçulmanos como Nobre Santuário, que abriga a mesquita de Al-Aqsa e o santuário do Domo da Rocha.

Os muçulmanos creem que o profeta Maomé ascendeu aos céus do Domo da Rocha no século 7, e os judeus reverenciam a colina da Cidade Velha de Jerusalém como Monte do Templo, local mais sagrado do Judaísmo onde dois templos bíblicos teriam sido erguidos.

O porta-voz do ministro israelense das Relações Exteriores, Emanuel Nahshon, declarou que o gesto da Jordânia foi equivocado e que não contribui para o apaziguamento das tensões.

“Esperamos que a Jordânia repudie a violência premeditada vinda de Ramallah (na Cisjordânia ocupada), e a morte de inocentes que isso causou”, disse Nahshon em um comunicado.

A medida jordaniana ocorreu pouco mais de uma semana depois de o país e Israel comemorarem o 20º aniversário de seu tratado de paz.

Em uma cerimônia em 26 de outubro reconhecendo o marco, o embaixador jordaniano, Walid Obeidat, usou um tom de alerta ao mencionar uma campanha de ultranacionalistas israelenses para suspender uma proibição de Israel às orações de judeus no complexo sagrado.

Obeidat disse que qualquer mudança no quadro atual acabaria ameaçando o acordo, o segundo do gênero que Israel firmou com um Estado árabe desde o tratado com o Egito em 1979.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ofereceu garantias públicas de que irá manter o arranjo existente para que os muçulmanos possam rezar no complexo.

O local tem sido administrado por autoridades religiosas jordanianas desde antes e depois da captura israelense de Jerusalém Oriental da Jordânia na guerra de 1967.

Na semana passada, Israel fechou o complexo na Cidade Velha de Jerusalém em meio aos episódios crescentes de violência entre palestinos e israelenses. A medida enfureceu o rei Abdullah, da Jordânia, que é o zelador oficial da localidade sagrada.

O embaixador de Israel na Jordânia, Daniel Nevo, afirmou que o governo israelense se mostrou bastante sensível à posição de Amã em relação a Al-Aqsa e ao papel mais abrangente do reino pró-Ocidente em um Oriente Médio cada vez mais dividido pelos conflitos sectários.

“Nosso maior temor na atualidade é que alguém esteja tentando criar distúrbios no Monte do Templo para atear fogo na região, para prejudicar tanto a Jordânia quanto Israel”, afirmou Nevo à Rádio Israel.

“Acredito ser de comum interesse de Israel e da Jordânia sobreviver ao Estado Islâmico e aos extremistas ao norte e ao leste”.

Para Netanyahu, o mais recente ataque em Jerusalém foi um resultado direto do que ele chamou de incitação por parte do Hamas e do presidente palestino apoiado pelo Ocidente, Mahmoud Abbas, sobre a situação no complexo sagrado.

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