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Johnson sugere que investigar casos antigos de abuso é desperdício

Ex-ministro britânico opinou que essas investigações não servem para proteger as pessoas atualmente

Boris Johnson: ex-ministro afirmou que valores investidos nas investigações são desperdiçados (Reuters TV/Reuters)

Boris Johnson: ex-ministro afirmou que valores investidos nas investigações são desperdiçados (Reuters TV/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2019 às 12h36.

Londres - O ex-ministro das Relações Exteriores do Reino Unido Boris Johnson sugeriu nesta quarta-feira que é um desperdício gastar "tremendas" quantias e recursos à investigação de abusos a menores cometidos há anos.

Em entrevista à rádio "LBC", o político conservador opinou que essas investigações não servem para proteger as pessoas atualmente e que investir 60 milhões de libras esterlinas (R$ 300 milhões) é um desperdício.

Essas declarações geraram críticas da oposição trabalhista, que se perguntou se Johnson seria capaz de dizer o mesmo olhando nos olhos das vítimas de abusos.

"Poderia olhar nos olhos das vítimas e dizer a elas que investigar para levar à justiça aqueles que abusaram delas quando eram crianças é um desperdício de dinheiro?", questionou a trabalhista Louise Haigh.

Os comentários de Johnson foram feitos após o cardeal australiano George Pell, antigo número 3 do Vaticano, ter sido condenado a seis anos de prisão por cinco crimes de pedofilia contra dois coroinhas de 13 anos em 1996.

O Reino Unido iniciou em 2017 uma investigação independente sobre abusos sexuais infantis que foi autorizada pelo governo em 2014, após serem reveladas centenas de abusos sistemáticos cometidos pelo falecido apresentador da BBC Jimmy Savile.

Segundo o jornal "The Guardian", uma fonte próxima a Johnson afirmou que o ex-ministro, que lidera as apostas como novo líder do Partido Conservador quando Theresa May sair, não tem a intenção de se desculpar ou esclarecer a sua postura sobre essas declarações.

De acordo com a fonte, Johnson queria ressaltar que gastar milhões em casos antigos nos quais o suposto autor já está morto não deveria ser a prioridade, e que o dinheiro poderia ser usado para, por exemplo, combater o problema de ataques com armas brancas no país.

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