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Japão reinicia reator nuclear após quatro anos de Fukushima

O acidente de Fukushima, provocado pelo tsunami de 11 de março de 2011, provocou o fechamento de todas as centrais nucleares do país em setembro de 2013

Usina nuclear de Fukushima: o primeiro-ministro japonês declarou que a retomada é acompanhada de todas as medidas de segurança (Koji Sasahara/AFP)
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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2015 às 09h28.

O Japão reiniciou nesta terça-feira o primeiro reator nuclear desde o fechamento total das centrais, decidido após o desastre de Fukushima em 2011, em uma polêmica aposta do governo para retornar a esta fonte de energia mais barata.

O acidente de Fukushima, provocado pelo tsunami de 11 de março de 2011, provocou o fechamento de todas as centrais nucleares do país em setembro de 2013.

"O reator número 1 da central de Sendai (1.000 km a sudoeste de Tóquio) foi reiniciado às 10H30 local (22H30 de segunda)", anunciou a AFP uma porta-voz da companhia operadora Kyushu Electric Power.

O reator, de 31 anos, deve atingir sua plena capacidade operacional por volta das 23H00 (11H00 Brasília) e começar a gerar energia elétrica na sexta-feira, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defensor da energia nuclear,  , que "devem ser a principal prioridade".

O governo conservador defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada.

O Japão registrou desde 2011 importantes déficits comerciais, em grande parte por causa do aumento da conta dos combustíveis importados para alimentar as centrais térmicas.

O governo de Abe alega que as empresas diminuem sua atividade e que o uso intensivo das centrais térmicas impede a adoção de metas ambiciosas a respeito das emissões de CO2 e outros gases que provocam o efeito estufa.

O governo deseja que a energia nuclear gere 22% da energia elétrica no Japão até 2030, um porcentual menor que antes de Fukushima.

O trauma de Fukushima

O Japão tinha 54 reatores operacionais antes da destruição de seis unidades da central de Fukushima. Dos 48 restantes, pelo menos cinco devem ser desmantelados.

Mas a maioria da população questiona a validade da reativação, qualificada de "erro" por Naoto Kan, primeiro-ministro no momento do acidente de Fukushima e hoje um dos principais críticos da energia nuclear.

Um grupo de 200 pessoas - procedentes de várias regiões do Japão - protestou diante da entrada da central de Sendai aos gritos de "Contra as reativações", segundo a rede de TV estatal NHK.

Na noite desta terça-feira deverá ocorrer outra manifestação, desta vez em frente à casa de Abe em Tóquio.

O reator reativado nesta terça-feira foi colocado em operação em julho de 1984, sendo paralisado em maio de 2011 para a manutenção regular, que dura de três a quatro meses.

Mas as autoridades decidiram deixá-lo fora de operação após a adoção de normas de segurança mais severas devido ao desastre na central de Fukushima, em março de 2011, provocado por um tsunami.

O país adotou medidas rígidas de segurança para evitar uma repetição do acidente, incluindo ações de prevenção e a construção de muros de proteção ainda maiores contra tsunamis em certas áreas.

Vários reatores já receberam aprovação em termos de segurança, mas as comunidades locais demonstram uma forte oposição à reativação dos reatores.

"Abe não está ouvindo a voz do povo, atua como se tivesse um cheque em branco", criticou Takashi Kato, professor emérito da Universidade Seikei de Tóquio.

O governo foi duramente criticado por sua relação próxima com a empresa que opera Fukushima, Tokyo Electric Power Co (TEPCO), acusada de incompetência no momento da crise de 2011.

No mês passado, um comitê de revisão judicial decidiu que os três principais executivos da TEPCO deveriam ser indiciados, o que abre o caminho para o primeiro julgamento penal ligado ao desastre.

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O Japão reiniciou nesta terça-feira o primeiro reator nuclear desde o fechamento total das centrais, decidido após o desastre de Fukushima em 2011, em uma polêmica aposta do governo para retornar a esta fonte de energia mais barata.

O acidente de Fukushima, provocado pelo tsunami de 11 de março de 2011, provocou o fechamento de todas as centrais nucleares do país em setembro de 2013.

"O reator número 1 da central de Sendai (1.000 km a sudoeste de Tóquio) foi reiniciado às 10H30 local (22H30 de segunda)", anunciou a AFP uma porta-voz da companhia operadora Kyushu Electric Power.

O reator, de 31 anos, deve atingir sua plena capacidade operacional por volta das 23H00 (11H00 Brasília) e começar a gerar energia elétrica na sexta-feira, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defensor da energia nuclear,  , que "devem ser a principal prioridade".

O governo conservador defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada.

O Japão registrou desde 2011 importantes déficits comerciais, em grande parte por causa do aumento da conta dos combustíveis importados para alimentar as centrais térmicas.

O governo de Abe alega que as empresas diminuem sua atividade e que o uso intensivo das centrais térmicas impede a adoção de metas ambiciosas a respeito das emissões de CO2 e outros gases que provocam o efeito estufa.

O governo deseja que a energia nuclear gere 22% da energia elétrica no Japão até 2030, um porcentual menor que antes de Fukushima.

O trauma de Fukushima

O Japão tinha 54 reatores operacionais antes da destruição de seis unidades da central de Fukushima. Dos 48 restantes, pelo menos cinco devem ser desmantelados.

Mas a maioria da população questiona a validade da reativação, qualificada de "erro" por Naoto Kan, primeiro-ministro no momento do acidente de Fukushima e hoje um dos principais críticos da energia nuclear.

Um grupo de 200 pessoas - procedentes de várias regiões do Japão - protestou diante da entrada da central de Sendai aos gritos de "Contra as reativações", segundo a rede de TV estatal NHK.

Na noite desta terça-feira deverá ocorrer outra manifestação, desta vez em frente à casa de Abe em Tóquio.

O reator reativado nesta terça-feira foi colocado em operação em julho de 1984, sendo paralisado em maio de 2011 para a manutenção regular, que dura de três a quatro meses.

Mas as autoridades decidiram deixá-lo fora de operação após a adoção de normas de segurança mais severas devido ao desastre na central de Fukushima, em março de 2011, provocado por um tsunami.

O país adotou medidas rígidas de segurança para evitar uma repetição do acidente, incluindo ações de prevenção e a construção de muros de proteção ainda maiores contra tsunamis em certas áreas.

Vários reatores já receberam aprovação em termos de segurança, mas as comunidades locais demonstram uma forte oposição à reativação dos reatores.

"Abe não está ouvindo a voz do povo, atua como se tivesse um cheque em branco", criticou Takashi Kato, professor emérito da Universidade Seikei de Tóquio.

O governo foi duramente criticado por sua relação próxima com a empresa que opera Fukushima, Tokyo Electric Power Co (TEPCO), acusada de incompetência no momento da crise de 2011.

No mês passado, um comitê de revisão judicial decidiu que os três principais executivos da TEPCO deveriam ser indiciados, o que abre o caminho para o primeiro julgamento penal ligado ao desastre.

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