Mundo

Japão mobiliza caças após voo chinês em ilhas disputadas

Avião chinês entrou pela primeira num território que o governo japonês considera ser seu espaço aéreo sobre ilhotas disputadas no mar do Leste da China


	As ilhas disputadas são chamadas de Diaoyu pela China e de Senkaku pelo Japão
 (Jiji Press/AFP)

As ilhas disputadas são chamadas de Diaoyu pela China e de Senkaku pelo Japão (Jiji Press/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 08h56.

Tóquio - O Japão mobilizou caças de combate, nesta quinta-feira, depois que um avião chinês entrou pela primeira num território que o governo japonês considera ser seu espaço aéreo sobre ilhotas disputadas no mar do Leste da China, aumentando a tensão entre as duas maiores economias asiáticas.

O Japão protestou com a China pelo incidente, mas o governo chinês minimizou, dizendo que o sobrevoo foi "completamente normal".

As relações sino-japonesas atravessam forte crise desde setembro, quando o Japão nacionalizou as pequenas ilhas, que estavam em poder de um particular japonês. O Japão chama as ilhas de Senkaku, e a China as chama de Diaoyu.

Embarcações de patrulha dos dois países se acompanham mutuamente de perto desde então, gerando temores de que uma colisão resulte em um confronto. O incidente da quinta-feira foi o primeiro envolvendo aeronaves.

"Apesar dos nossos repetidos alertas, os navios do governo chinês entram nas nossas águas territoriais há três dias consecutivos", disse a jornalistas o chefe de gabinete do governo japonês, Osamu Fujimura.

"É extremamente lamentável que, ainda por cima, uma intrusão em nosso espaço aéreo tenha sido cometida dessa forma", afirmou ele, acrescentando que o Japão protestou formalmente por meio de canais diplomáticos.

Os militares japoneses mobilizaram às pressas oito caças F-15, segundo o Ministério da Defesa. Autoridades japonesas disseram posteriormente que o avião chinês havia deixado a área.

A agência estatal marítima da China disse que um avião de vigilância se juntou a quatro navios chineses que patrulham o entorno das ilhas, e que a frota ordenou a barcos japoneses que deixassem a área imediatamente.

"As ilhas Diaoyu e as ilhas afiliadas são parte inerente do território da China. O voo da China sobre as ilhas é completamente normal", disse o porta-voz da chancelaria, Hong Lei, em Pequim.

O incidente ocorre a poucos dias de uma eleição geral japonesa que deve levar o Partido Liberal Democrático (conservador) de volta ao poder, sob o comando do ex-premiê linha-dura Shinzo Abe.

Abe promete uma posição firme na disputa pelas ilhas, que ficam perto de reservas de gás potencialmente enormes. Ele acusa o Partido Democrático do Japão, atualmente no poder, de ter cometido erros diplomáticos que deram confiança à China.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDiplomaciaJapãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Seul afirma que Pyongyang colocou dezenas de milhares de minas na fronteira entre as Coreias

Mais forte que heroína, México diz que trabalha 'duro' para impedir que fentanil chegue aos EUA

Houthis ameaçam EUA com armas nunca antes utilizadas

Cuba reconhece que deve dolarizar parcialmente sua economia para recuperar moeda nacional

Mais na Exame