Mundo

Japão celebra florescer das cerejeiras um ano depois do tsunami

Início da primavera é conhecida como "sakura"

Tohoku, uma das regiões mais afetadas (Kazuhiro Nogi/AFP)

Tohoku, uma das regiões mais afetadas (Kazuhiro Nogi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2012 às 18h00.

Tóquio - O início da primavera e o florescimento das cerejeiras, uma época conhecida no Japão como 'sakura', conseguiu resgatar, um ano depois do tsunami que devastou parte do país, o espírito festivo de milhões de japoneses que, neste ano, poderão desfrutar ao máximo de uma de suas maiores tradições.

No último ano, quando o país se encontrava extremamente abalado por conta da maior catástrofe desde a Segunda Guerra Mundial, as autoridades locais pediram para a população evitar as celebrações do 'sakura' em sinal de respeito aos mais de 19 mil mortos e desaparecidos.

Agora, um ano depois, a tristeza abriu passagem à normalidade, e o Japão parece ter superado essa tragédia e recuperado pouco a pouco sua alegria, já que os jardins da capital já estão todos preparados para a realização do 'hanami', a grande festa do 'sakura'.

A celebração do 'sakura' rompe o habitual rigor e, assim como as cerejeiras, afloram uma maior espontaneidade e alegria entre os grupos de amigos, companheiros de trabalho e famílias, que se reúnem para realizar seus esperados 'hanami', uma espécie de picnic.

Segundo a Agência japonesa de Meteorologia, as cerejeiras estão em plena floração nesta sexta-feira em Tóquio, enquanto os habitantes do nordeste do país deverão esperar por mais uma semana para celebrar o 'sakura'.

Enquanto fotografa uma cerejeira no parque de Hibiya, situado no centro da capital, Kenji Tokumono, de 45 anos, assegura à Agência Efe que esta primavera o 'hanami' será mesmo uma festa - ao contrário do ano passado, quando a população não tinha motivos suficientes para comemorar.

Em Tóquio, durante os dias de 'sakura', é habitual ver grupos de trabalhadores japoneses trajados seguindo em direção às cerejeiras, muitos carregando bolsas com cerveja, sake e cobertores para atenuar o frio que, nesta época do ano, ainda marca presença ao cair da tarde.

Os estagiários, por exemplo, são encarregados de madrugar nos parques para reservar o disputado espaço entre as cerejeiras. Muitos fazem questão de presentear seus companheiros de trabalho com a melhor localização para admirar as flores e realizar um possível 'hanami noturno'.


Segundo Tokumono, o 'hanami' é muito importante para as empresas 'para dar as boas-vindas aos recém chegados e também se despedir daqueles que se vão. 'Como todos costumam beber bastante, o momento acaba contribuindo para uma maior comunicação entre os funcionários', brinca.

Nos finais de semana, a celebração da primavera costuma ser mais restrita as famílias e os grupos de amigos, que, providos de fogareiros, geladeiras e grandes reservas de sake, se reencontram para desfrutar um dia de festa sob as cerejeiras.

Durante a semana de celebração do 'sakura', os parques são preparados com postos de comida ambulantes e também são decorados com pequenas lanterninhas, que iluminam as árvores para que a festa possa continuar mesmo durante a noite.

As lojas, restaurantes e shoppings também se preparam para o 'sakura', a maioria com produtos temáticos e decorações com a cor rosa, a mesma cor das flores das cerejeiras.

A floração destas árvores está entre os grandes atrativos turísticos do Japão. Apesar de ainda não terem apresentados os dados definitivos, a Agência Japonesa de Turismo (JTA) calcula que em 2011 aproximadamente 6,22 milhões de turistas visitaram o arquipélago, uma média muito abaixo dos 8,61 milhões de 2010.

A JTA, no entanto, acredita que esta primavera poderá contar com um número recorde de visitantes, já que a celebração deste ano coincidiu com as festividades da Semana Santa. Nesta época do ano, as ruas de Tóquio costumam contar com uma grande presença de turistas europeus, latino-americanos e americanos. EFE

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDesastres naturaisJapãoPaíses ricosTerremotos

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos