Mundo

Japão: a hora do Abenomics 2.0

O Japão é a terra do sushi, do sumô, das cerejeiras — e da anemia econômica. Nesta quarta-feira, será divulgado o resultado do PIB trimestral e a expectativa é de mais um crescimento tímido, de 0,3%. Depois de ter entrado numa recessão em 2012 e não conseguir fôlego para reverter o quadro mesmo com o […]

CONSUMIDORES JAPONESES: pressão para que o primeiro ministro Shinzo Abe apresente novas políticas para destravar a economia  / Tomohiro Ohsumi / Stringer / Getty Images

CONSUMIDORES JAPONESES: pressão para que o primeiro ministro Shinzo Abe apresente novas políticas para destravar a economia / Tomohiro Ohsumi / Stringer / Getty Images

DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2016 às 05h21.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

O Japão é a terra do sushi, do sumô, das cerejeiras — e da anemia econômica. Nesta quarta-feira, será divulgado o resultado do PIB trimestral e a expectativa é de mais um crescimento tímido, de 0,3%. Depois de ter entrado numa recessão em 2012 e não conseguir fôlego para reverter o quadro mesmo com o Abenomics — pacote de medidas econômicas que incluíram juros negativos e estímulos de 200 bilhões de dólares —, chegou a hora de mais um impulso.

Nesta quinta-feira, as economias líderes do mundo se reúnem no Japão para discutir como reaquecer a economia do país. No final do mês, o primeiro-ministro Shinzo Abe deve lançar o Abenomics 2.0, segunda versão do programa lançado em 2012. “A ideia era tentar aumentar a inflação, para incentivar a produção da indústria, e estimular o consumo com uma taxa de juro negativa”, diz o economista Silvio Miyazaki, professor da USP.

Mas a primeira tentativa não deu muito resultado. Entre 2012 e 2014, o PIB japonês recuou mais de 20%. Em 2015, a economia cresceu 1,5%, mas não o suficiente para agradar às autoridades. No novo plano, estão incluídos investimentos de até 70 bilhões de dólares e estímulos à natalidade, para tentar um PIB 10% maior em 2020, de 5,5 trilhões de dólares — ainda abaixo do que era em 2012.

Para analistas e investidores, as medidas são ousadas e têm chance de dar certo. O problema no caminho é o mesmo de sempre: romper uma arraigada cultura de poupança. “O problema é que, mesmo com inflação baixa e taxas de juro negativas, os japoneses seguem sem consumir mais. Poupar é uma questão cultural, até pelas tragédias naturais que o país enfrenta”, afirma Miyazaki. A ver se, em 2020, o Abenomics 3.0 vem aí.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Mundo

Missão da SpaceX foi ao resgate de astronautas presos na ISS

Após morte de Nasrallah, Netanyahu afirma que “trabalho ainda não está concluído”

Bombardeio israelense atinge arredores do aeroporto de Beirute

Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah, mas impactos são incertos