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Jack Warner quer limpar nome sujo após escândalo na FIFA

O popular político de 72 anos afirmou que as acusações são um complô dos EUA, que querem se vingar por não terem conseguido ser sede da Copa de 2022


	Jack Warner passou 28 anos no Comitê Executivo da Fifa: Warner é um dos quatorze dirigentes e responsáveis de marketing acusados pela justiça americana de chefiarem um amplo esquema de corrupção
 (REUTERS/Andrea De Silva)

Jack Warner passou 28 anos no Comitê Executivo da Fifa: Warner é um dos quatorze dirigentes e responsáveis de marketing acusados pela justiça americana de chefiarem um amplo esquema de corrupção (REUTERS/Andrea De Silva)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 17h10.

Porto de Espanha - O trinitino Jack Warner, alto dirigente da FIFA procurado pela justiça dos Estados Unidos, lançou uma campanha para limpar o nome a sua maneira, com atos públicos, anúncios na televisão e artigos nos jornais, mas sem falar com a imprensa.

O ex-vice-presidente da FIFA, acusado pela justiça americana de ter recebido 10 milhões de dólares para apoiar a candidatura da África do Sul para a Copa do Mundo de 2010, é um carismático político que nunca havia fugido das câmeras.

Mas, desde que foi solto após pagamento de fiança, depois de ser preso na semana passada a pedido das autoridades americanas por envolvimento no escândalo de corrupção e subornos na FIFA, Warner optou por se defender diante dos seguidores, mas se calar diante da imprensa.

Nesta sexta-feira, Warner, que ocupa um assento no Parlamento de Trinidad e Tobago por ser líder do Partido Liberal Independiente, participou de uma sessão no congresso da capital Puerto España.

No trajeto do estacionamento até a entrada do edifício, foi escoltado por guarda-costas e se negou a falar com o enxame de jornalistas que tentava tirar dele uma declaração.

Horas antes, Warner declinou uma entrevista solicitada pela AFP. "Lamentavelmente, não falarei com vocês nem com nenhum outro veículo sobre nenhum tema", respondeu o ex-dirigente.

- Aparições públicas -

Warner, porém, segue aparecendo em público. Horas depois de ter sido solto da prisão, foi visto celebrando num ato do partido que fundou em 2013, depois de romper a aliança com o governo da atual primeira-ministra, Kamla Persad-Bissessar.

Na quarta-feira, participou de outro ato em Chaguanas, zona sul de Puerto España que representa no Parlamento, onde se defendeu das acusações e ameaçou revelar "uma avalanche" de segredos que implicariam a FIFA, o presidente da entidade, Joseph Blatter, e o governo de Trinidad e Tobago.

Durante esses atos, criticou a imprensa, ao mesmo tempo que tranquilizou os apoiadores, afirmando que a imprensa internacional não demoraria em ir embora do país.

Presidente da Concacaf até se desligar do futebol em 2011, para escapar de uma investigação em relação a subornos, Warner também vem utilizando as redes sociais para se defender.

No fim de semana, afirmou no Facebook que as acusações são um complô dos Estados Unidos, que querem se vingar por não ter conseguido ganhar a eleição para ser sede da Copa do Mundo de 2022.

Para completar, pagou um anúncio de dez minutos na televisão na quarta-feira e, nesta sexta-feira, publicou num jornal um artigo em que afirma ser vítima do governo trinitino.

- "O problema é o FBI" -

O popular político de 72 anos, durante o tempo em que serviu o governo de Trinidad e Tobago como ministro de 2010 e 2013, se desentendeu com a primeira-ministra, a quem acusou de nepotismo.

O governo se pronunciou sobre as acusações de Warner.

"Os problemas reais do senhor Warner são o FBI e as autoridades americanas e ele deveria se preocupar com isso", declarou nesta sexta-feira Prakash Ramadhar, ministro de Assuntos Legais do governo.

O caso de Warner cativou a atenção deste pequeno país caribenho anglófono, situado a alguns quilômetros da costa venezuelana, mas também do mundo, que segue o dia a dia das novas revelações em relação ao escândalo na FIFA.

Warner é um dos quatorze dirigentes da FIFA e responsáveis de marketing acusados pela justiça americana de chefiar um amplo esquema de corrupção no futebol mundial.

"É horrível que a imprensa internacional esteja aqui por algo ruim", lamentou um jornalista de uma emissora de Trinidad e Tobago.

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