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Itamaraty condena escalada de conflito militar na Síria

O Itamaraty reiterou a necessidade de se buscar uma solução para crise na Síria com "pleno respeito ao direito internacional"

Chanceler brasileiro, Aloysio Nunes: o Ministério das Relações Exteriores também exigiu uma investigação imparcial sobre o ataque químico de terça-feira (Ueslei Marcelino/Reuters)
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EFE

Publicado em 7 de abril de 2017 às 16h39.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 16h50.

O Ministério de Relações Exteriores manifestou hoje (7) "preocupação" com a escalada do conflito militar na Síria, após os bombardeios norte-americanos a uma base aérea no país na noite de ontem (6).

Em nota divulgada à imprensa, o Itamaraty também reiterou "sua consternação com as notícias de emprego de armas químicas no conflito sírio" e cobrou investigações que apontem os responsáveis pelo uso desse tipo de armamento, além das devidas punições.

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"A solução para o conflito sírio requer diálogo efetivo e pleno respeito ao direito internacional. Nesse contexto, renovamos o apoio às tratativas conduzidas em Genebra sob a égide das Nações Unidas e com base nas resoluções do Conselho de Segurança", diz o texto.

O Itamaraty informou ainda que tem mantido contato com a comunidade brasileira na Síria e que não há registro de brasileiros entre as vítimas do ataque.

Repercussões

Senadores que compõem a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado também se manifestaram a respeito dos bombardeios.

O líder da minoria, senador Humberto Costa (PT-PE), criticou a ação do presidente Donald Trump. Para ele, não há ainda provas de que o ataque com armas químicas tenha partido do governo sírio.

"E uma decisão de retaliar, de atacar um outro país, especialmente nas suas Forças Armadas, é um ato que exige absoluta certeza de quem partiu aquela ação inicial que gera a retaliação. Não há ainda uma confirmação definitiva, que poderia ser feita pela Organização das Nações Unidas", disse.

Ele ressaltou ainda que a decisão foi tomada sem a aprovação do Congresso Nacional dos Estados Unidos, "demonstrando que o presidente Trump não pretende cumprir adequadamente, não somente a legislação internacional, mas também a legislação norte-americana.

Esse é um precedente muito grave, principalmente para alguém que tem sempre impulsos muito agressivos, como é o presidente Trump", concluiu o senador brasileiro.

Já o presidente nacional do DEM, também integrante da CRE, senador José Agripino Maia (RN), o que acontece na Síria "é uma tragédia mundial".

Para ele, a investida norte-americana "vai transformar o que era um fato internacional sob controle, num fato que pode perder o controle no âmbito internacional".

O senador ressaltou que o ato vai exigir tomadas de posições por parte de outras potências mundiais e também de atores que tenham condição de "fazer opinião no mundo", o que segundo ele é o caso do Brasil.

"A Comissão de Relações Exteriores precisará adotar com brevidade uma reunião para debater o assunto e para tomar uma posição em nome da paz e em nome do equilíbrio do mundo inteiro, que neste momento vê com inquietação o caso da Síria e com inquietação maior ainda o ataque dos Estados Unidos ao território Sírio", disse.

Para o líder do PSDB, senador Paulo Baeur (SC), a ação dos Estados Unidos foi "forte, que impacta, que coloca o mundo civilizado e o mundo que deseja a paz de prontidão".

Ele demonstrou preocupação com o fato de que, embora alguns países declarem apoio à ação norte-americana - como foi o caso da França e da Alemanha -, outros deram manifestação contrária por serem aliados da Síria - caso da Rússia.

"Nós brasileiros, que somos de um país de paz e que promove a paz, desejamos que este fato tenha sido apenas um alerta para que o governo Sírio decida-se de uma vez por todas sobre o que fazer e como fazer para que aquele país tenha democracia. Nós temos que aguardar um pouco, mas vamos torcer para que a paz seja alcançada na sua totalidade", disse.

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