O ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano: "desembarques não param e a urgência é cada vez mais flagrante", disse (Giuseppe Cacace/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 14h09.
Roma - O governo italiano voltou a pedir, nesta quarta-feira, ajuda urgente à Europa, depois de ter resgatado quase 4.000 imigrantes em 48 horas, seis meses depois de naufrágios que deixaram 400 mortos.
"Os desembarques não param e a urgência é cada vez mais flagrante: dois navios mercantes estão socorrendo dois barcos com 300 e 361 pessoas a bordo. Parece que há pelo menos um cadáver", disse o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano.
"Resgatamos mais de 2.500 pessoas nas últimas 48 horas e outras operações, realizadas por navios mercantes, estão em curso, ou seja, um total de 4.000 pessoas", disse à AFP um porta-voz da Marinha.
"Este é o número mais importante registrado em 48 horas desde o início da operação Mare Nostrum", completou.
A operação Mare Nostrum foi lançada pela Itália para evitar novas tragédias depois dos naufrágios de outubro de 2013, perto da ilha de Lampedusa e da ilha de Malta, que mataram 400 imigrantes.
"A Itália está submetida a uma pressão migratória muito forte que chega da Líbia", disse o ministro.
De acordo com Alfano, entre 300.000 e 600.000 imigrantes estariam dispostos a embarcar de Líbia para a Europa.
"A Europa deve assumir a situação. Não pode dizer que entregando 80 milhões de euros a Frontex (a agência de vigilância das fronteiras europeias) o problema está resolvido".