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Israel promete tolerância zero ante qualquer violência

A polícia israelense afirmou que aplicará tolerância zero ante qualquer violência em Jerusalém, após suposto ato terrorista

Policiais israelenses isolam área de Jerusalém após palestino avançar com carro contra pedestres (Ahmad Gharabl/AFP)

Policiais israelenses isolam área de Jerusalém após palestino avançar com carro contra pedestres (Ahmad Gharabl/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 13h38.

Jerusalém - A polícia israelense afirmou nesta quinta-feira que aplicará "tolerância zero" ante qualquer tipo de violência em Jerusalém, um dia depois de um suposto terrorista palestino ter matado um bebê em um atropelamento.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu em um comunicado contra qualquer tentativa de ataque em Jerusalém.

"Jerusalém unificada foi e continuará a ser a capital de Israel para todo o sempre. Toda tentativa de atacar os habitantes de Jerusalém será severamente punida", afirmou Netanyahu.

As forças de segurança intensificaram sua presença nas ruas de Jerusalém nesta quinta-feira, depois de uma noite de incidentes, sobretudo ataques com pedras em Jerusalém Oriental, onde morava o homem responsável pelo atropelamento, chamado de "terrorista" pelas autoridades.

O jovem palestino que matou o bebê e feriu seis pessoas na quarta-feira em Jerusalém faleceu nesta quinta-feira, segundo o hospital. Um policial baleou o jovem, identificado como Abed Abdelrahman Shaludeh, quando ele tentava fugir a pé depois de ter avançado com o veículo contra várias pessoas que estavam em um ponto de ônibus.

"A polícia de Jerusalém destaca que aplicará a tolerância zero ante qualquer tipo de incidente violento e que vai prender qualquer um que perturbar a ordem pública da cidade", afirma um comunicado oficial.

"A nível operacional, de acordo com o que foi decidido após o atentado, as forças de segurança foram reforçadas, principalmente a guarda de fronteira, as unidades de patrulhas especiais (Yasam) e as especializadas em distúrbios da ordem pública", disse o porta-voz policial, Micky Rosenfeld.

"Várias detenções aconteceram durante a noite", completou.

O ataque com o veículo e a operação policial posterior exacerbaram a tensão no bairro de Shaludeh, Silwan, na ocupada e anexada Jerusalém Oriental, que recentemente foi cenário de distúrbios em consequência da instalação de colonos israelenses em casas de palestinos.

Além dos 360.000 colonos israelenses que moram na Cisjordânia, outros 200.000 moram nas áreas de colonização de Jerusalém Oriental, onde também vivem 290.000 palestinos. A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nestes territórios palestinos ocupados desde 1967.

Atualmente, os palestinos de Jerusalém Oriental têm apenas um estatuto de residentes. Não têm nenhuma nacionalidade, nem israelense nem palestina.

Segundo o porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Ofir Gendelman, o ataque foi cometido por um "terrorista palestino que era membro do Hamas", grupo islamita que governa a Faixa de Gaza e contra o qual Israel realizou uma ofensiva em julho e agosto, que terminou com 2.200 palestinos mortos, principalmente civis, e 73 falecidos, principalmente soldados, do lado israelense.

Quatro integrantes da família do jovem, que dirigia o carro do pai, foram detidos quando tentaram visitá-lo no hospital, segundo um parente, que pediu anonimato.

O governo dos Estados Unidos condenou o ataque, considerado "abjeto", e pediu calma a todas as partes para evitar uma escalada da tensão.

A tensão em Jerusalém Oriental aumentou nos últimos meses após o sequestro e assassinato de três jovens israelenses e de um jovem palestino pouco depois, crimes que terminaram por provocar a guerra na Faixa de Gaza. Alguns bairros registram confrontos diários entre policiais e palestinos.

Durante o conflito em Gaza, Jerusalém teve no dia 4 de agosto o primeiro atentado fatal em mais de três anos, quando um palestino avançou com uma escavadeira contra um ônibus e matou um judeu ortodoxo. Os policiais mataram o jovem, mas a família rejeitou a versão policial de atentado "terrorista".

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