Premiê de Israel visita a Índia entre protestos e oportunidades
ÀS SETE - Visita do premiê é bem vista pelo governo indiano, apesar de a Índia condenar a decisão americana de declarar Jerusalém a capital de Israel
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 06h42.
Última atualização em 12 de janeiro de 2018 às 07h19.
O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, vai à Índia no próximo domingo, para uma viagem de quatro dias.
O momento não é o mais propício: a Índia condenou a decisão americana de declarar Jerusalém a capital de Israel, e grupos já declararam protesto à chegada de Netanyahu, com o jornal indiano People’s Democracy tendo dito que ele não era bem-vindo.
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Apesar da antipatia, o primeiro-ministro israelense deve ser muito bem recebido pelo governo. No roteiro da viagem, estão programações como uma visita ao Taj Mahal, à antiga morada de Mahatma Gandhi, ao centro judaico Chabad House e até a um evento organizado especialmente para a ocasião chamado Shalom Bollywood, onde estarão grandes personalidades do cinema indiano.
A ideia é buscar aproximação com produtores que se interessassem por filmar em Israel, que sofre frequentes boicotes da indústria cultural.
O pano de fundo, como de costume, são os negócios. Está programado para o dia 17 de janeiro um roadshow que mostrará oportunidades de negócios numa região em torno do aeroporto de Ahmedabad — num roteiro similar ao realizado com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em setembro de 2017.
A imprensa indiana também já fala sobre a Índia reviver um acordo de 500 milhões de dólares para a produção de mísseis israelenses que havia sido cancelado.
Netanyahu levará para a viagem um grupo de 130 empresários de 102 empresas israelenses, além de cerca de 70 milhões de dólares para ampliar a cooperação em áreas como turismo, tecnologia e inovação.
Em julho do ano passado, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi tornou-se o primeiro chefe de estado do país a visitar Israel, onde os dois países começaram uma parceria estratégica principalmente nos setores de agricultura e água. As diferenças ideológicas persistem, mas pelo visto, é possível fazer negócios a parte.