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Israel e EUA criarão comissão sobre política de colonização

Netanyahu explicou que tinha combinado com Trump de criar uma série de grupos de trabalho para fomentar as relações bilaterais

Netanyahu e Trump: "Também decidimos criar uma equipe de trabalho nas coisas nas quais não estivemos de acordo no passado" (Kevin Lamarque/Reuters)

Netanyahu e Trump: "Também decidimos criar uma equipe de trabalho nas coisas nas quais não estivemos de acordo no passado" (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de fevereiro de 2017 às 16h34.

Jerusalém - Israel e Estados Unidos criarão uma comissão bilateral para analisar a colonização israelense no território ocupado da Cisjordânia e homologar uma política aceitável para ambas partes, revelou neste domingo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Ao referir-se a sua recente visita a Washington durante o Conselho de Ministros, Netanyahu explicou que tinha combinado com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de criar uma série de grupos de trabalho para fomentar as relações bilaterais em todos os níveis, e que inclui os assentamentos.

"Também decidimos criar uma equipe de trabalho nas coisas nas quais não estivemos de acordo no passado, e me refiro certamente ao tema da colonização em Judéia e Samaria (nomes pelos quais se conhece em Israel o território ocupado da Cisjordânia)", disse.

Após 50 anos de ocupação desse território, reconhecido pela comunidade internacional para que os palestinos estabeleçam um Estado independente, Israel espera que a política externa dos EUA tolere a construção em distintas partes da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Até agora, Washington considerava os assentamentos como "ilegítimos" e um obstáculo aos esforços de paz, postura da qual discorda o atual ocupante da Casa Branca.

Para Trump, "os assentamentos não são um obstáculo à paz", mas considerou que "não ajudam aos esforços" para alcançá-la.

Netanyahu não revelou hoje onde pedirá a "tolerância" de Washington à construção, mas no passado solicitou poder enfrentar o que ele descreve como "crescimento demográfico", além de poder fazê-lo dentro dos grandes blocos que Israel quer anexar em um eventual acordo de paz e em Jerusalém Oriental.

No primeiro mês de Trump na Casa Branca, Israel já anunciou mais de 6.000 novas casas nas colônias judaicas e dispararam as vozes na extrema-direita que pedem a anexação das "zonas C" da Cisjordânia, a parte do território ocupado que controla de forma exclusiva.

Perante os apelos de muitos de seus ministros nesse sentido, dias antes de sua viagem aos EUA Netanyahu defendeu uma política "pactuada" com Washington, de modo que seja "construtiva" e não conduza a enfrentamentos com seu principal aliado, como ocorreu durante os oito anos de governo do presidente anterior, Barack Obama.

Os palestinos e a comunidade internacional consideram que uma evolução na política americana sobre a colonização judaica pode botar fim à solução de dois Estados.

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