(Jalaa MAREY/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 4 de outubro de 2024 às 12h27.
O Exército de Israel detectou o lançamento de cerca de 100 foguetes provenientes de território libanês ao longo desta sexta-feira, os quais atribuiu ao grupo xiita Hezbollah em um comunicado.
“O Exército continua a operar contra a ameaça da organização terrorista Hezbollah, em defesa do Estado de Israel e dos seus residentes”, afirmou o comunicado militar israelense.
Durante toda a manhã, os canais do Exército transmitiram alarmes constantes de sirenes de ataque aéreo ao longo da fronteira com o Líbano, bem como ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza.
Uma das rajadas de foguetes foi dirigida ao porto da cidade de Haifa, no norte do país, embora a maioria tenha sido interceptada e o restante tenha caído em espaços abertos.
Nesta manhã, aviões israelenses bombardearam vários alvos nos subúrbios ao sul de Beirute, conhecidos como Dahye, onde a intensidade dos ataques provocou o desabamento de vários edifícios, com a imprensa isralense alegando que o candidato a líder do Hezbollah, Hashim Safi al Din, foi um dos alvos.
Israel e Hezbollah estão em conflito desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, mas a violência atingiu um nível sem precedentes há cerca de dez dias, quando as forças israelenses iniciaram uma campanha massiva de bombardeios que devastou vilas e cidades inteiras.
Neste contexto, há uma semana Dahye é alvo de intensas ondas de ataques aéreos quase que diariamente.
Desde o início das hostilidades, os ataques de Israel mataram quase duas mil pessoas e forçaram 1,2 milhão a abandonar suas casas, principalmente no sul e no leste do país mediterrâneo
Enquanto isso, a Guarda Revolucionária do Irã advertiu nesta sexta-feira que golpeará a indústria energética de Israel se for atacado pelo país rival, que por sua vez prometeu vingança pelo bombardeio com mísseis iranianos lançado na noite de terça-feira.
“Se o regime sionista cometer um erro, atacaremos todas as suas fontes de energia, estações, refinarias e campos de gás”, afirmou o vice-comandante da Guarda Revolucionária iraniana, o general de brigada Ali Fadavi, em declarações divulgadas por meios de comunicação locais, como o portal “Dideban”.
“O regime sionista tem apenas três centrais elétricas e algumas refinarias, mas o Irã é um país enorme”, declarou Fadavi.
As ameaças do órgão militar de elite iraniano surgem em meio a especulações sobre uma possível retaliação israelense contra o Irã e o setor petrolífero é um dos possíveis alvos devido aos danos econômicos que causaria, segundo a imprensa de Israel.
A Guarda Revolucionária Iraniana bombardeou Israel com mísseis na noite de terça-feira em retaliação pelos assassinatos do líder da milícia libanesa Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de um general iraniano em Beirute, há uma semana, e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, em Teerã.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou hoje, com um fuzil na mão, que este ataque contra Israel foi “o menor dos castigos para a agressão israelense” durante uma oração coletiva em homenagem a Nasrallah.
“O que as nossas forças militares fizeram foi o menor dos castigos para a agressão do regime israelense”, disse a mais alta autoridade política e religiosa do Irã na mesquita Imã Khomeini, em Teerã, onde estavam reunidos milhares de fiéis.
“A ação brilhante das nossas forças armadas há algumas noites foi completamente legal e legítima”, acrescentou Khamenei, referindo-se ao lançamento de 200 mísseis contra Israel.
Após o ataque, Israel garantiu que retaliará, ao que o Irã, por sua vez, insistiu que responderá com ainda mais força.