O chefe do partido islamita da Tunísia, Rached Ghannouchi: pedidos da oposição colocariam "fim à experiência democrática na Tunísia", disse Ghannouchi (Fethi Belaid/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2013 às 12h17.
Túnis - O chefe do partido islamita no poder na Tunísia excluiu nesta quinta-feira a renúncia do governo e a dissolução da Constituinte pedidas pela oposição, três semanas após o assassinato de um deputado opositor desencadear uma grave crise política.
Rached Ghannouchi rejeitou mais uma vez os apelos da Frente de Salvação Nacional, coalizão opositora que protesta há três semanas exigindo a formação de um governo de tecnocratas.
"O Ennahda rejeita a proposta da Frente de Salvação Nacional, isto seria um perigo para o país, o levaria ao vazio, à anarquia e colocaria fim à experiência democrática na Tunísia", disse Ghannouchi.
Ghannouchi também indicou que as negociações com o poderoso sindicato UGTT serão retomadas na segunda-feira depois de uma reunião infrutífera realizada no início da semana.
O UGTT se viu obrigado a desempenhar um papel de mediador entre o Ennahda e a oposição depois que o presidente da Constituinte suspendeu na terça-feira os trabalhos da Asssembleia e pediu que a central sindical assumisse seu papel histórico apadrinhando estas negociações.
Este sindicato, que conta com 500.000 membros e é capaz de paralisar o país, propõe a formação de um governo de tecnocratas e que a Assembleia Nacional Constituinte seja mantida.
O Ennahda propõe, por sua vez, ampliar sua coalizão com dois pequenos partidos laicos e realizar eleições antes do fim do ano.