Mundo

Irmandade Muçulmana sai às ruas no Cairo; um morre

Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2013 às 12h01.

CAIRO - Milhares de apoiadores do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi marcharam pelas ruas do Cairo no domingo rumo à praça Tahrir, onde partidários das Forças Armadas reuniram-se para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973.

Um apoiador do grupo islamista foi morto e ao menos outros dois ficaram feridos quando manifestantes entraram em confronto com a polícia em uma cidade a 300 quilômetros do Cairo, disseram fontes médicas e de segurança.

Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras.

A Irmandade tem feito protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Mursi em julho.

Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país.

Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.

Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse de apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Mursi, estavam determinados a chegar à praça Tahrir.

"Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo", disse Tawfik à Reuters.

"Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe", afirmou.

A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.

No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher.

Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Mursi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCairoEgitoIrmandade Muçulmana

Mais de Mundo

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia

A discreta missa de Natal em uma região da Indonésia sob a sharia