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Iraque inicia ofensiva contra um dos últimos redutos do EI

Hawija, que fica 180 km ao sudeste de Mosul, foi uma das primeiras regiões capturadas pelo EI

Iraque: violentos bombardeios foram ouvidos na região durante a manhã (Stringer/Reuters)

Iraque: violentos bombardeios foram ouvidos na região durante a manhã (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 08h37.

As forças iraquianas iniciaram nesta quinta-feira uma ofensiva contra a localidade de Hawija, um dos dois últimos redutos do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no país, anunciou o primeiro-ministro, Haider al-Abadi.

A região de Hawija foi uma das primeiras regiões capturadas pelo EI, ao lado de Mossul, em junho 2014.

"No amanhecer de um novo dia, anunciamos o lançamento da primeira etapa da libertação de Hawija, conforme o compromisso com o nosso povo de libertar todo o território iraquiano e de livrá-lo dos grupos terroristas do Daesh", declarou Haider al-Abadi, com uma referência ao EI por seu acrônimo em árabe.

A localidade de Hawija, na província petroleira de Kirkuk, é a última cidade importante do Iraque, ao lado de Al-Qaim, que está sob controle do grupo.

"Saúdo todas as nossas forças, que travam diversas batalhas de libertação ao mesmo tempo e que somam vitória após vitória", afirmou o primeiro-ministro.

"Esta será mais uma, com a ajuda de Deus", completou.

Violentos bombardeios foram ouvidos na região durante a manhã e o exército avançava para Sharqat, localidade ao sudoeste de Hawija.

Hawija, que fica 180 km ao sudeste de Mossul e quase 250 km ao nordeste de Bagdá, tem 70.000 habitantes, a maioria árabes sunitas.

Há vários anos, o governo federal de Bagdá e a região autônoma do Curdistão iraquiano, situada ao norte e ao leste da província de Kirkuk, disputam esta zona rica em combustíveis.

A batalha pela reconquista de Hawija acontece a poucos dias da data prevista para o referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano, no qual Kirkuk decidiu participar, contra a opinião de Bagdá, que considera esta consulta contrária à Constituição iraquiana.

A região de Kirkuk foi apelidada pelas forças americanas, que invadiram o país em 2003, como a "Kandahar do Iraque", em referência aos talibãs do Afeganistão, pelo grande número de atentados cometidos contra seus soldados na região.

Durante muitos anos foi considerada um barril de pólvora pelas tensões entre a comunidade xiita e sunita.

Em abril de 2013, as forças de segurança dominadas pelos xiitas atuaram durante um protesto contra a suposta discriminação do governo em relação aos sunitas.

Nos confrontos morreram 50 pessoas e o incidente se tornou uma data chave na explosão da violência sectária que durou anos e terminou com a ofensiva do EI, que dominou amplas faixas do território do país no ano seguinte.

Hawija também fica no território de disputa entre os grupos árabes e os curdos.

Depois que o EI conquistou amplas faixas do território iraquiano em uma operação relâmpago, as forças curdas lançaram uma contraofensiva que os levou a controlar várias zonas da província de Kirkuk, que no papel estão sob controle federal.

Paralelamente à ofensiva em Hawija, as tropas iraquianas prosseguem com a ofensiva no deserto da região oeste do país.

A operação, com apoio da coalizão internacional antijihadista, pretende obter o controle de três localidades controladas pelos extremistas, a 100 quilômetros da fronteira síria na imensa e desértica província de Al-Anbar.

O objetivo das tropas iraquianas é recuperar Anna, Rawa e Qaim, última localidade antes da fronteira e da província síria de Deir Ezzor.

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