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Iranianos sequestrados esperam mediação da ONU

Para conseguir libertação, 60 cidadãos do Irã sequestrados na Síria e na Líbia esperam intervenção de organizações internacionais

Bandeira rebelde em Damasco, capital da Síria: conflitos no país e na Líbia causaram o sequestro de cidadãos iranianos, que pedem mediação internacional (Shaam News Network/Reuters)

Bandeira rebelde em Damasco, capital da Síria: conflitos no país e na Líbia causaram o sequestro de cidadãos iranianos, que pedem mediação internacional (Shaam News Network/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 13h17.

Teerã - Um total de 60 cidadãos do Irã sequestrados na Síria e Líbia espera a mediação da ONU, além de outras organizações internacionais e dos governos da Turquia e do Catar, para conseguir sua libertação, disse nesta quarta-feira o ministro de Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi.

Em entrevista à agência iraniana "Isna", Salehí revelou que enviou diferentes cartas tanto ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, como à Cruz Vermelha Internacional, à Organização de Conferência Islâmica, e à Liga Árabe, nas quais pediu a intervenção desses organismos.

"Espero que o conjunto de organizações internacionais e os governos amigos na região tomem as medidas necessárias para conseguir, o mais breve possível, a libertação destes sequestrados", declarou.

Na Síria, cujo regime conta com o firme respaldo de Teerã, estão sequestrados pelo menos 53 iranianos, inclusive os 48 capturados no sábado passado, e na Líbia são sete, que estão há oito dias em poder de seus sequestradores.

Em meados de dezembro do ano passado aconteceu o primeiro sequestro desta série, quando, em dois dias consecutivos, foram capturados primeiro cinco e depois outros dois iranianos que trabalhavam nas obras de uma central elétrica no sul da cidade síria de Homs.


Enquanto o Irã afirma que os sete são técnicos e engenheiros da central, o grupo armado opositor que os capturou assegura que dois deles são militares iranianos, membros do Corpo de Guardiões da Revolução.

Com a mediação da Turquia, país que apoia os grupos rebeldes sírios, cinco deles foram postos em liberdade, o último, Abdul Jaleq Sahneh, em 28 de julho, após 220 dias de cativeiro - mas ainda restam dois reféns, Hassan Hassani e Peshman Boyeri.

No início de janeiro foram sequestrados 11 cidadãos iranianos de um grupo de peregrinos que visitavam santuários xiitas na Síria, sendo que todos, também com a intervenção da Turquia, foram libertados um mês depois, no dia 7 de fevereiro.

Em fevereiro, outros 11 peregrinos iranianos, que também viajavam em ônibus pela Síria, foram capturados e posteriormente postos em liberdade, em várias etapas, pelo grupo armado opositor que os sequestrou, sempre com a mediação do governo turco.

Após este segundo sequestro de peregrinos, as autoridades iranianas anunciaram que haviam proibido as viagens em ônibus à Síria e que qualquer deslocamento a esse país, sempre por avião, devia ser feito sob controle oficial do Escritório de Peregrinações.

No entanto, de declarações posteriores de funcionários do regime de Teerã, se deduz que mais tarde foram organizadas viagens em ônibus sob o controle das autoridades iranianas à Síria, sobretudo para empregados públicos e aposentados, como Salehi admitiu hoje.


No dia 21 de maio foram sequestrados na Síria, perto da fronteira turca, três caminhoneiros iranianos que seguem em cativeiro e cujo destino ainda não foi informado.

No último dia 31 de julho, sete membros do Crescente Vermelho do Irã foram capturados por homens armados na cidade líbia de Benghazi, onde estavam para assinar um acordo com seus colegas líbios, e seguem retidos.

Segundo a imprensa iraniana, o grupo líbio reivindica que o Irã intermedeie para que sejam libertados vários cidadãos desse país presos no Iraque, como condição para soltar os sete componentes do Crescente Vermelho Iraniano.

As autoridades da Líbia, o Crescente Vermelho desse país e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha realizam gestões para a libertação dos sete iranianos, que, segundo esses organismos, estão em bom estado de saúde.

O último sequestro foi o de 48 cidadãos do Irã capturados em um ônibus no sábado passado, próximo ao santuário xiita de Sayeda Zeinab, local visitado anualmente por 700 mil iranianos.

Segundo o Exército Livre Sírio (ELS), que assumiu o sequestro, entre eles há militares dos Guardiões da Revolução, corpo especial de defesa do regime islâmico do Irã.

O ELS disse no domingo que três dos sequestrados iranianos tinham morrido em um bombardeio governamental contra a área onde estavam retidos e ameaçou matar os demais se prosseguiam os ataques.

Nem as autoridades de Teerã nem as de Damasco puderam confirmar a morte dos três e nesta quarta-feira Salehi disse que todos eles são peregrinos que visitavam santuários xiitas na Síria, mas admitiu que alguns eram militares reformados.

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