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Irã diz que acordo nuclear é concessão máxima

Governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad espera uma resposta positiva do Conselho de Segurança da ONU

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad: país espera um novo capítulo de cooperação com o Ocidente a partir do acordo com Brasil e Turquia (.)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirma que a proposta de acordo apresentada à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) sobre a troca de urânio é uma concessão máxima. O objetivo é mostrar para a comunidade internacional que o país está pronto para dar início a um novo capítulo de cooperação com o Ocidente. As informações são da BBC Brasil.

O embaixador iraniano na Aiea, Ali Asghar Soltanieh, pediu ontem (24), ao entregar a carta com os detalhes sobre o acordo, que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas responda de forma positiva à proposta.

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"Tenho certeza de que eles vão adotar as ações corretas e mudar a postura de confrontação, resoluções e sanções", disse o diplomata iraniano. "Então, acho que abriremos um novo capítulo de cooperação", afirmou.

Porém, representantes de países ocidentais afirmam que o acordo veio tarde demais. Tanto é que, na semana passada, os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia) esboçaram um novo pacote de sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear, liderados pelos norte-americanos.

Um acordo envolvendo a troca de combustível foi proposto pela primeira vez pela Aiea em outubro em conjunto com os Estados Unidos, a França e Rússia (o chamado Grupo de Viena), em nome das seis potências mundiais que acreditam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares (Estados Unidos, França, Rússia, China, Alemanha e Grã-Bretanha).

O acordo determina a troca de 1,2 tonelada de urânio com baixo grau de enriquecimento (3,5%) do Irã por urânio com grau maior de enriquecimento (20%) vindo do exterior para ser usado como combustível em um reator nuclear em Teerã - construído anos atrás pelos Estados Unidos para pesquisas médicas.


Nos últimos oito meses, o Irã tentou mudar os termos do acordo e, no dia 17 deste mês, anunciou seu compromisso em transferir o urânio, depois de intensa mediação do Brasil e da Turquia.

O novo elemento do acordo em relação ao que estava na mesa em outubro é que o urânio com baixo grau de enriquecimento iraniano seria depositado na Turquia como garantia de que o país receberia o combustível para seu reator.

Soltanieh, no entanto, afirmou que o fim do enriquecimento de urânio no Irã não pode ser o ponto de partida das negociações. Resoluções da ONU como essa "não são possíveis, não são implementáveis" disse o diplomata, em defesa do que chama de direito do Irã, como país-membro do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT, na sigla em inglês), de produzir combustível nuclear para fins pacíficos.

Para o embaixador, é necessário dar início a uma nova etapa de negociações. "[É necessário que] abram uma nova avenida para construção de confiança mútua", disse, ao afirmar que "tem havido um sério déficit de confiança nos últimos 30 anos".


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