Bandeira da oposição é vista em frente a cadeira da delegação da Síria na abertura do encontro da Liga Árabe em Doha (Ahmed Jadallah/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 11h22.
Dubai - O Irã criticou a Liga Árabe com veemência por permitir que o líder da oposição síria ocupasse o assento vago da Síria na reunião de cúpula anual da organização, e descreveu a atitude como um "comportamento perigoso", informou a mídia iraniana na noite de terça-feira.
Com a suspensão da adesão da Síria à Liga Árabe em novembro de 2011, o assento na cúpula de terça-feira foi preenchido por Moaz Alkhatib, principal figura de liderança da coalizão de oposição da Síria, que está lutando para derrubar o presidente Bashar al-Assad.
O Irã, de maioria xiita, tem dado apoio crucial a Assad desde que os protestos começaram na Síria, em 2011. O governo iraniano considera-o fundamental no eixo de resistência contra Israel e uma proteção contra o que a República Islâmica diz ser grupos extremistas sunitas que operam na Síria.
"Atribuir o assento da Síria na Liga Árabe para aqueles que não têm o apoio do povo estabelece um padrão de comportamento perigoso para o mundo árabe, que pode definir um novo precedente para outros membros da Liga Árabe no futuro", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdullahian, segundo a agência de notícias iraniana Isna.
"Essas ações trarão um fim ao papel da organização na região", afirmou.
Na cúpula, Moaz Alkhatib pediu ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para que as forças norte-americanas ajudem a defender regiões controladas por rebeldes no norte da Síria com mísseis Patriot baseados na Turquia. A Otan rejeitou a ideia.
A reunião de lideranças árabes também aprovou a prestação de ajuda militar aos rebeldes sírios. Um comunicado afirmou que estados membros tinham o direito de oferecer assistência, "inclusive militar, para apoiar a firmeza do povo sírio e do Exército Livre".
O Irã propôs um plano de seis pontos para a Síria e enfatizou a importância de eleições e reformas, mas não aceita a retirada de Assad, dizendo que uma solução para a crise não pode ser imposta de fora do país.