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Começa implementação de acordo nuclear no Irã

Com desligamento de cascatas e suspensão parcial das sanções, começa período de seis meses durante o qual Teerã e seis potências buscarão acordo definitivo

Usina nuclear no Irã: enquanto transcorrerem negociações, programa nuclear iraniano seguirá com suas operações limitadas em troca da liberação de bilhões de dólares (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 17h02.

Teerã - O Irã desativou nesta segunda-feira as cascatas das centrífugas da usina nuclear de Natanz, usadas para enriquecer urânio a 20%, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia (UE) suspenderam parcialmente as sanções impostas à república islâmica.

Tais medidas marcam o início da implementação prática do acordo assinado no fim do ano passado entre o Irã e o grupo de seis potências formado por Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia para aplacar as preocupações com relação aos rumos do programa nuclear iraniano.

Com o desligamento das cascatas e a suspensão parcial das sanções, começa agora um período de seis meses durante o qual Teerã e as seis potências buscarão um acordo definitivo sobre o assunto.

Enquanto transcorrerem as negociações, o programa nuclear iraniano seguirá com suas operações limitadas em troca da liberação de bilhões de dólares com os quais Teerã pretende começar a recuperar-se economicamente.

Horas depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), ter confirmado o desligamento das centrífugas, a UE e os EUA levantaram parte de suas sanções contra o Irã.

A suspensão parcial das sanções da UE pelos próximos seis meses foi aprovada hoje durante reunião de chanceleres da UE em Bruxelas. A decisão entrará em vigor assim que for registrada em ata, o que deve acontecer ainda hoje, segundo uma fonte no bloco.

Ao término da reunião, o secretário de Exterior do Reino Unido, William Hague, qualificou "um marco importante" o acordo obtido no fim do ano passado em torno do futuro do programa nuclear iraniano.

Em Washington, a Casa Branca anunciou que os EUA vão começar a aliviar as sanções econômicas ao Irã depois de Teerã ter paralisado os trabalhos da parte mais sensível de seu programa de energia nuclear. Ao mesmo tempo, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, acrescentou por meio de nota que Washington vai continuar a defender agressivamente as sanções que permanecerão em vigor.


Segundo a emissora de televisão estatal iraniana, autoridades interromperam o enriquecimento de urânio a 20% ao desconectarem as cascatas de centrífugas de enriquecimento de urânio em Natanz.

"A produção de urânio a 20% foi interrompida com o corte das ligações que alimentam as cascatas nesta instalação", informou a emissora.

Segundo a emissora estatal iraniana, inspetores internacionais estiveram presentes no desligamento das cascatas. A informação foi confirmada pouco depois pela AIEA.

Também nesta segunda-feira, a agência oficial de notícias Irna informou que o Irã começa a converter parte de seus estoques de urânio a 20% em óxido para produzir combustível nuclear.

As medidas tem como objetivo aplacar os temores do Ocidente a respeito do programa nuclear iraniano. Graduados funcionários do governo Barack Obama calculam que, em troca, o alívio das sanções chegue a cerca de US$ 7 bilhões, dos estimados US$ 100 bilhões de ativos iranianos bloqueados em bancos estrangeiros. Teerã deve receber a primeira parcela de US$ 550 milhões, dos US$ 4,2 bilhões em ativos bloqueados no exterior, em 1º de fevereiro.

Pelo acordo histórico, o Irã concordou em interromper seu programa de enriquecimento de urânio a 20%, mas continuará a enriquecer o material a 5%. O país também concordou em converter metade de seus estoques de urânio a 20% para óxido e a diluir o restante do estoque para 5% no período de seis meses.

Além dessas medidas, pelo o acordo provisório de seis meses, o Irã tem de abrir seu programa nuclear para uma inspeções internacionais mais abrangentes e fornecer mais detalhes sobre suas atividades e instalações nucleares.

Em troca, o país não será alvo de novas sanções e verá o alívio das já existentes. Medidas contra produtos petroquímicos, ouro e outros metais preciosos, conta a indústria automobilística, peças para aviões de passageiros e serviços serão levantadas imediatamente. O acordo de Genebra permite que o Irã continue a exportar petróleo bruto no nível atual, que é de cerca de 1 milhão de barris por dia.

O início prático da implementação do acordo, porém, não agradou a todos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alegou que o acordo internacional para interromper o programa nuclear iraniano não vai impedir Teerã de buscar a capacidade para o uso militar da energia atômica.

"O acordo interino, que passou a valer hoje, não impede o Irã de realizar sua intenção de desenvolver armas nucleares", afirmou Netanyahu, em sessão especial do Parlamento. "Este objetivo ainda está diante de nós."

O Irã nega que busque desenvolver armas nucleares e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica e pesquisa de isótopos medicinais. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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Teerã - O Irã desativou nesta segunda-feira as cascatas das centrífugas da usina nuclear de Natanz, usadas para enriquecer urânio a 20%, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia (UE) suspenderam parcialmente as sanções impostas à república islâmica.

Tais medidas marcam o início da implementação prática do acordo assinado no fim do ano passado entre o Irã e o grupo de seis potências formado por Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia para aplacar as preocupações com relação aos rumos do programa nuclear iraniano.

Com o desligamento das cascatas e a suspensão parcial das sanções, começa agora um período de seis meses durante o qual Teerã e as seis potências buscarão um acordo definitivo sobre o assunto.

Enquanto transcorrerem as negociações, o programa nuclear iraniano seguirá com suas operações limitadas em troca da liberação de bilhões de dólares com os quais Teerã pretende começar a recuperar-se economicamente.

Horas depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), ter confirmado o desligamento das centrífugas, a UE e os EUA levantaram parte de suas sanções contra o Irã.

A suspensão parcial das sanções da UE pelos próximos seis meses foi aprovada hoje durante reunião de chanceleres da UE em Bruxelas. A decisão entrará em vigor assim que for registrada em ata, o que deve acontecer ainda hoje, segundo uma fonte no bloco.

Ao término da reunião, o secretário de Exterior do Reino Unido, William Hague, qualificou "um marco importante" o acordo obtido no fim do ano passado em torno do futuro do programa nuclear iraniano.

Em Washington, a Casa Branca anunciou que os EUA vão começar a aliviar as sanções econômicas ao Irã depois de Teerã ter paralisado os trabalhos da parte mais sensível de seu programa de energia nuclear. Ao mesmo tempo, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, acrescentou por meio de nota que Washington vai continuar a defender agressivamente as sanções que permanecerão em vigor.


Segundo a emissora de televisão estatal iraniana, autoridades interromperam o enriquecimento de urânio a 20% ao desconectarem as cascatas de centrífugas de enriquecimento de urânio em Natanz.

"A produção de urânio a 20% foi interrompida com o corte das ligações que alimentam as cascatas nesta instalação", informou a emissora.

Segundo a emissora estatal iraniana, inspetores internacionais estiveram presentes no desligamento das cascatas. A informação foi confirmada pouco depois pela AIEA.

Também nesta segunda-feira, a agência oficial de notícias Irna informou que o Irã começa a converter parte de seus estoques de urânio a 20% em óxido para produzir combustível nuclear.

As medidas tem como objetivo aplacar os temores do Ocidente a respeito do programa nuclear iraniano. Graduados funcionários do governo Barack Obama calculam que, em troca, o alívio das sanções chegue a cerca de US$ 7 bilhões, dos estimados US$ 100 bilhões de ativos iranianos bloqueados em bancos estrangeiros. Teerã deve receber a primeira parcela de US$ 550 milhões, dos US$ 4,2 bilhões em ativos bloqueados no exterior, em 1º de fevereiro.

Pelo acordo histórico, o Irã concordou em interromper seu programa de enriquecimento de urânio a 20%, mas continuará a enriquecer o material a 5%. O país também concordou em converter metade de seus estoques de urânio a 20% para óxido e a diluir o restante do estoque para 5% no período de seis meses.

Além dessas medidas, pelo o acordo provisório de seis meses, o Irã tem de abrir seu programa nuclear para uma inspeções internacionais mais abrangentes e fornecer mais detalhes sobre suas atividades e instalações nucleares.

Em troca, o país não será alvo de novas sanções e verá o alívio das já existentes. Medidas contra produtos petroquímicos, ouro e outros metais preciosos, conta a indústria automobilística, peças para aviões de passageiros e serviços serão levantadas imediatamente. O acordo de Genebra permite que o Irã continue a exportar petróleo bruto no nível atual, que é de cerca de 1 milhão de barris por dia.

O início prático da implementação do acordo, porém, não agradou a todos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alegou que o acordo internacional para interromper o programa nuclear iraniano não vai impedir Teerã de buscar a capacidade para o uso militar da energia atômica.

"O acordo interino, que passou a valer hoje, não impede o Irã de realizar sua intenção de desenvolver armas nucleares", afirmou Netanyahu, em sessão especial do Parlamento. "Este objetivo ainda está diante de nós."

O Irã nega que busque desenvolver armas nucleares e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica e pesquisa de isótopos medicinais. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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