O aiatolá Ali Khamenei disse que o Irã não pretende atacar ninguém (www.sajed.ir)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2011 às 12h23.
Teerã - As Forças Armadas da República Islâmica do Irã responderão 'com punho de ferro' a qualquer agressão que o país receba, disse nesta quinta-feira o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, na cerimônia de graduação dos cadetes do Exército.
Todos os corpos militares iranianos, incluindo os Guardiães da Revolução Islâmica e os Voluntários Islâmicos (Basij), 'responderão com fortes golpes e punho de ferro, de modo arrasador, a qualquer agressão', destacou Khamenei, que também é o comandante-em-chefe das Forças Armadas.
'Nossos inimigos, os Estados Unidos e seus aliados, em particular o regime sionista (Israel), devem entender que o Irã não pretende atacar qualquer país, mas reagir com força diante de qualquer agressão ou ameaça para que os agressores se derrubem internamente', disse o líder em declarações divulgadas pela agência oficial, 'Irna'.
'A nação iraniana não será um mero espectador das ameaças das absurdas potências materialistas', acrescentou Khamenei, afirmando que 'só uma nação com uma força estável de defesa pode sobreviver em um mundo no qual infelizmente as relações entre os países se baseiam na força das armas'.
Por essa razão, o aiatolá orientou as Forças Armadas do Irã a 'reforçar seu poder'.
Na última terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou em Viena um relatório no qual aponta que o Irã trabalhou nos últimos anos para desenvolver bombas atômicas, o que Teerã nega taxativamente, pois argumenta que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.
Desde o início deste mês, as informações divulgadas antecipadamente sobre o relatório da AIEA, que Teerã considera que foi elaborado com informações falsas procedentes dos EUA, levaram figuras destacadas de Washington e Tel Aviv a ameaçar atacar o Irã.
Nesta quarta-feira, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, garantiu que seu país 'não retrocederá nem um pingo' em seu programa nuclear, em resposta ao relatório da AIEA, que aponta que o Irã trabalhou para fabricar armas atômicas.
Autoridades iranianas ameaçaram então atacar os territórios de Israel, Europa e EUA se seu país for agredido e asseguraram que o Irã tem capacidade para 'aniquilar' Israel.
Concretamente, um chefe militar apontou como alvo a usina nuclear israelense de Dimona, origem do programa atômico israelense, iniciado no final dos anos 1950 e que, segundo organismos internacionais de estudos militares, permitiu que o país dispusesse de cerca de 300 armas nucleares não declaradas.
Além disso, sugeriram que o Irã, caso se sinta em perigo, poderia cortar o tráfego pelo Estreito de Ormuz, local pelo qual é escoado um terço do petróleo consumido no mundo em direção aos mercados internacionais.
Caso seja fechada essa via marítima, os preços do petróleo poderiam ser multiplicados e poderia ocorrer uma hecatombe econômica de consequências imprevisíveis.