Petroleiro em chamas: inicialmente havia 32 tripulantes do "Sanchi" desaparecidos, mas na segunda-feira passada foi resgatado o corpo sem vida de uma pessoa (Foto/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 10h23.
Pequim - Equipes de resgate iranianas viajaram para a China para somar-se aos trabalhos de busca dos 31 desaparecidos após o acidente que envolveu um petroleiro do Irã, que segue ardendo em chamas no Mar da China Oriental desde o sábado passado, quando colidiu com um cargueiro de Hong Kong, informou nesta sexta-feira o governo chinês.
A ajuda iraniana chega em meio às críticas aos trabalhos de resgate e à lentidão para apagar o incêndio, embora o governo de Teerã tenha defendido as autoridades chinesas e negado que estas tenham atuado com negligência.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Lu Kang, também defendeu nesta sexta-feira os trabalhos das equipes de resgate e emergência do seu país, que fizeram "todo o possível para buscar e resgatar os membros da tripulação que ainda estão desaparecidos".
"As equipes de salvamento chinesas se aproximaram do navio muitas vezes e arriscou suas vidas", destacou Lu sobre as tarefas para localizar os 31 marinheiros desaparecidos, 29 iranianos e dois bengaleses.
Inicialmente havia 32 tripulantes do "Sanchi" desaparecidos, mas na segunda-feira passada foi resgatado o corpo sem vida de uma pessoa, que as autoridades iranianas reconheceram como um dos seus cidadãos.
O "Sanchi" colidiu no sábado passado com o cargueiro "CF Crystal", registrado em Hong Kong, cujos 21 tripulantes, todos de nacionalidade chinesa, puderam ser resgatados.
Em entrevista coletiva, o porta-voz de Exteriores explicou que uma equipe de profissionais iranianos acaba de chegar a Xangai para unir-se "o mais rápido possível" aos trabalhos de resgate.
"A China está aberta e aprecia os esforços de outros países para resgatar o navio e a tripulação", acrescentou.
Na quarta-feira passada, uma explosão sacudiu o petroleiro iraniano, o que provocou a suspensão dos trabalhos das equipes de emergência e a evacuação da área por segurança, embora ontem as operações tenham sido retomadas.
Nesse mesmo dia, o vice-ministro de Relações Exteriores iraniano para assuntos consulares, Hassan Qashqavi, tinha pedido que os 31 desaparecidos não fossem dados como mortos.
"É provável que a tripulação iraniana tenha se refugiado nos compartimentos inferiores do navio, que são mais frios", afirmou o vice-ministro, citado pela agência oficial "IRNA".
A colisão entre o petroleiro iraniano e o cargueiro de Hong Kong aconteceu no Mar da China Oriental no sábado passado, 295 quilômetros ao leste do estuário do rio Yangtzé.
O "Sanchi", uma embarcação iraniana registrada no Panamá, transportava 136.000 toneladas de petróleo condensado formado por uma mistura de hidrocarbonetos recuperados durante o processamento do gás natural.
As autoridades chinesas afirmaram que ainda se mantém o risco de que o petroleiro exploda ou afunde a qualquer momento, uma situação que poderia desencadear uma grave tragédia ambiental.
Embora ainda seja cedo para falar do impacto ambiental, o Greenpeace alertou que um grande volume de vazamento de condensado poderia representar um risco de intoxicação de espécies de grande consumo na China como a corvina amarela ou a cavala.