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Irã aumenta reservas de urânio e continua a descumprir acordo nuclear

O Irã afirma que seguirá descumprindo o acordo nuclear enquanto os países europeus signatários não estabelecerem mecanismos para aliviar as sanções dos EUA

Irã: os EUA deixaram o acordo nuclear no ano passado e voltaram a plicar sanções contra o país (Rob Stothard/Getty Images)

Irã: os EUA deixaram o acordo nuclear no ano passado e voltaram a plicar sanções contra o país (Rob Stothard/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 16h30.

Viena — O Irã continuou enriquecendo urânio acima das quantidades e da pureza estipuladas no acordo nuclear de 2015, que o país começou a descumprir em julho como resposta à decisão dos Estados Unidos de impor novas sanções econômicas, informou a ONU nesta sexta-feira.

No dia 19 de agosto, o Irã já acumulava 357 quilos de hexafluoreto (UF6) de urânio enriquecido, 57 quilos acima do limite estabelecido no acordo fechado para garantir que o país não teria intenção nem capacidade de desenvolver armas nucleares, afirmou o Organização Internacional de Energia Atômica (AIEA) em relatório.

O documento, de caráter restrito e ao qual a Agência Efe teve acesso, relata também que o Irã continuou enriquecendo urânio acima da pureza de 3,67% que o acordo define como teto.

As reservas iranianas desse combustível nuclear eram, nessa data, de 320 quilos de UF6 com uma concentração até 3,67%, e outros 37 quilos com um máximo de 4,5%.

Essa pureza está abaixo dos 90% necessários para que o urânio possa alimentar uma bomba nuclear, e inclusive dos 20% aos quais o Irã chegou antes do acordo.

O Irã mantém paralisado o programa de água pesada e a construção do reator nuclear de Arak, que teria servido para produzir plutônio, outro combustível de dupla aplicação, tanto civil como militar.

O acordo de 2015 foi negociado durante meses por Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha, França e Reino Unido com o Irã. O pacto deu fim a mais de uma década de conflitos diplomáticos pelo programa atômico que o Irã escondeu durante uma década e sobre o qual havia suspeitas de intenções militares.

Com a chegada ao poder do presidente Donald Trump, que classificou o tratado como "pior acordo", os EUA retornaram à política de "máxima pressão" e se retirou do pacto em 2018. O republicano diz que quer renegociar e incluir no acordo outras questões, como vetar que o Irã desenvolva mísseis balísticos, e enquanto isso voltou a impor sanções ao país.

O Irã argumenta que seguirá descumprindo o que foi combinado enquanto os países europeus signatários do pacto não estabelecerem mecanismos para aliviar as sanções dos EUA, especialmente no que se refere à venda do petróleo iraniano.

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