Irã aplica acordo nuclear e acusa EUA de discriminação
A entrada em vigor do acordo depende agora da autorização da Agência Internacional de Energia Atômica, depois de verificar que o Irã cumpriu sua parte do trato
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 15h28.
Ao transferir urânio enriquecido à Rússia , o Irã está aplicando ao pé da letra o acordo nuclear com as grandes potências. Por isso, Teerã preocupa-se com a nova política norte-americana de vistos, que considera "discriminatória" e contrária ao espírito do pacto.
O secretário de Estado americano, John Kerry, celebrou na segunda-feira o envio do Irã à Rússia de dez toneladas de urânio enriquecido, um dos principais pontos do acordo concluído em Viena em 14 de julho entre Teerã e as grandes potências, Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.
Segundo Kerry, trata-se de um "avanço importante" à implementação do acordo destinado a garantir a natureza estritamente pacífica das atividades nucleares iranianas em troca da suspensão das sanções internacionais que sufocam economicamente o país.
A entrada em vigor do acordo depende agora da autorização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), depois de verificar que o Irã cumpriu sua parte do trato.
Teerã também concluirá em breve a redução exigida do número de centrífugas e a transformação de seu reator de água pesada em Arak, afirmou nesta terça-feira Behruz Kamalvandi, porta-voz da Organização iraniana de energia atômica.
"Tudo está pronto para a etapa final", assegurou. "Se pudermos concluir essas ninharias nos próximos dias, tudo ficará pronto" para a entrada em vigor do acordo, acrescentou.
No momento em que a AIEA certificar o cumprimento dessas condições, será fixado um dia, teoricamente em janeiro, a partir do qual a comunidade internacional começará a suspender, de forma progressiva, as sanções que prejudicam a economia iraniana.
"Violação clara"
Em meados de dezembro, o organismo internacional encarregado da energia atômica deu por encerrada a investigação sobre as supostas tentativas do Irã de conseguir fabricar a bomba atômica nos anos 2000.
O país está cumprindo suas obrigações e por isso Teerã preocupa-se com as medidas tomadas pelo governo norte-americano sobre a concessão de vistos após os atentados de Paris no dia 13 de novembro.
Uma lei aprovada no dia 18 de dezembro pelo congresso americano impõe a cidadãos de 38 países (entre eles, 30 europeus) a obtenção de um visto antes de viajar para os Estados Unidos, caso eles tenham estado anteriormente na Síria, no Iraque, no Sudão ou no Irã.
"Do ponto de vista do Irã, essa nova lei americana é uma violação clara do acordo nuclear", considerou Abbas Araghchi, vice-ministro das Relações Exteriores iraniano e um dos principais negociadores do acordo.
Araghchi acredita que tanto o presidente Barack Obama como Kerry "sabem que essa lei afeta o acordo, porque pode desestimular viagens de pessoas que influenciam no desenvolvimento das relações do Irã com o resto do mundo". "Iniciamos contatos para solucionar o problema", acrescentou.
O Irã, que ressalta que também está combatendo o grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, considera a nova lei de vistos americanos "discriminatória".
Em uma carta enviada à Eurocâmara e aos parlamentos de França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China, o chefe da comissão de Relações Exteriores e de Segurança Nacional do parlamento iraniano, Alaedin Borudjerdi, lembrou que a lei norte-americana também é contra seus cidadãos.
Na carta, a autoridade iraniana afirma que a lei de vistos é um "golpe destruidor" contra o acordo nuclear.
Ao transferir urânio enriquecido à Rússia , o Irã está aplicando ao pé da letra o acordo nuclear com as grandes potências. Por isso, Teerã preocupa-se com a nova política norte-americana de vistos, que considera "discriminatória" e contrária ao espírito do pacto.
O secretário de Estado americano, John Kerry, celebrou na segunda-feira o envio do Irã à Rússia de dez toneladas de urânio enriquecido, um dos principais pontos do acordo concluído em Viena em 14 de julho entre Teerã e as grandes potências, Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.
Segundo Kerry, trata-se de um "avanço importante" à implementação do acordo destinado a garantir a natureza estritamente pacífica das atividades nucleares iranianas em troca da suspensão das sanções internacionais que sufocam economicamente o país.
A entrada em vigor do acordo depende agora da autorização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), depois de verificar que o Irã cumpriu sua parte do trato.
Teerã também concluirá em breve a redução exigida do número de centrífugas e a transformação de seu reator de água pesada em Arak, afirmou nesta terça-feira Behruz Kamalvandi, porta-voz da Organização iraniana de energia atômica.
"Tudo está pronto para a etapa final", assegurou. "Se pudermos concluir essas ninharias nos próximos dias, tudo ficará pronto" para a entrada em vigor do acordo, acrescentou.
No momento em que a AIEA certificar o cumprimento dessas condições, será fixado um dia, teoricamente em janeiro, a partir do qual a comunidade internacional começará a suspender, de forma progressiva, as sanções que prejudicam a economia iraniana.
"Violação clara"
Em meados de dezembro, o organismo internacional encarregado da energia atômica deu por encerrada a investigação sobre as supostas tentativas do Irã de conseguir fabricar a bomba atômica nos anos 2000.
O país está cumprindo suas obrigações e por isso Teerã preocupa-se com as medidas tomadas pelo governo norte-americano sobre a concessão de vistos após os atentados de Paris no dia 13 de novembro.
Uma lei aprovada no dia 18 de dezembro pelo congresso americano impõe a cidadãos de 38 países (entre eles, 30 europeus) a obtenção de um visto antes de viajar para os Estados Unidos, caso eles tenham estado anteriormente na Síria, no Iraque, no Sudão ou no Irã.
"Do ponto de vista do Irã, essa nova lei americana é uma violação clara do acordo nuclear", considerou Abbas Araghchi, vice-ministro das Relações Exteriores iraniano e um dos principais negociadores do acordo.
Araghchi acredita que tanto o presidente Barack Obama como Kerry "sabem que essa lei afeta o acordo, porque pode desestimular viagens de pessoas que influenciam no desenvolvimento das relações do Irã com o resto do mundo". "Iniciamos contatos para solucionar o problema", acrescentou.
O Irã, que ressalta que também está combatendo o grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, considera a nova lei de vistos americanos "discriminatória".
Em uma carta enviada à Eurocâmara e aos parlamentos de França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China, o chefe da comissão de Relações Exteriores e de Segurança Nacional do parlamento iraniano, Alaedin Borudjerdi, lembrou que a lei norte-americana também é contra seus cidadãos.
Na carta, a autoridade iraniana afirma que a lei de vistos é um "golpe destruidor" contra o acordo nuclear.