Síria: o exército israelense bombardeou no dia 21 de janeiro alvos iranianos na Síria (SANA/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 15h58.
Teerã - As autoridades do Irã advertiram nesta terça-feira que vão "responder com firmeza" e dar "uma lição" se Israel volta a efetuar ataques na Síria, durante a visita a Teerã do chanceler sírio, Walid al Moualem.
O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamjani, afirmou que qualquer violação da integridade territorial da Síria é "inaceitável" e que se esses atos de agressão continuarem "serão adotadas as medidas já planejadas para dissuadi-los".
"Os Estados Unidos e o regime sionista (Israel) estão tentando destruir a segurança e o progresso econômico dos países islâmicos criando conflitos e divisões", ressaltou Shamjani, citado pela agência "Tasnim".
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, insistiu que Israel é "contra a estabilidade e a calma na Síria e na região".
O exército israelense bombardeou em várias ocasiões alvos iranianos na Síria, a última vez no dia 21 de janeiro, causando mortes e destruição nas instalações militares.
O Irã é, junto à Rússia, o grande defensor do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e o apoiou desde o início do conflito em 2011 com assessores militares e milicianos xiitas.
Em seu encontro com Al Moualem, Zarif também destacou a necessidade de "coordenação" entre ambos os países e adiantou que as empresas iranianas estão preparadas para participar da "interação econômica com a Síria na era da reconstrução", segundo um comunicado.
Por sua vez, Al Moualem agradeceu o apoio oferecido pelo governo iraniano à Síria em sua luta contra os terroristas e disse que a vitória contra estes grupos é dividida com o Irã.
Os chefes da diplomacia do Irã e da Síria abordaram as conversas em curso para achar uma solução para o conflito no país árabe e a próxima cúpula dos presidentes de Irã, Rússia e Turquia no próximo dia 14 na cidade russa de Sochi.
Rússia, Turquia e Irã patrocinam o chamado Processo de Astana para conseguir o fim da guerra na Síria, embora Moscou e Teerã apoiem o regime de Damasco e Ancara respalde grupos da oposição síria.